Eletrobras terá que devolver R$ 7 bilhões à RGR

A Eletrobras terá que devolver R$ 7 bilhões à Reserva Global de Reversão em valores corrigidos, relativos a   amortizações do saldo devedor de financiamentos concedidos pelo fundo, assim como de encargos (taxa de administração, juros e mora) dessas operações que foram apropriados pela empresa entre 1998 e 2011. O calculo é da própria estatal, responsável pelo gerenciamento do fundo. A devolução do valor atualizado terá de ser feita em 90 dias.

 

Em 2014, a Aneel determinou o ressarcimento pela Eletrobras de R$1,924 bilhão em amortizações e de R$113,6 milhões em encargos financeiros, em valores históricos. O valor final teria que ser atualizado pela taxa do fundo extramercado do Banco do Brasil, da data em que deveria ser transferido para a RGR até o dia em que os recursos foram devolvidos ao fundo setorial, segundo o Despacho 63.

 

O principal argumento usado pela Eletrobras contra a decisão é de que o débito, por não ser fruto de ato ilícito, já havia prescrito. A empresa alegou também que, em 2002, a Aneel encerrou o processo, mas mudou seu entendimento posteriormente.

 

Em recurso analisado pela diretoria da agência nesta terça-feira, 10 de maio, a Eletrobras questionou a competência da Aneel para determinar o ressarcimento dos valores, já que a decisão caberia ao Ministério de Minas e Energia. A fiscalização concluiu, porém, que a estatal promoveu apropriação indevida dos recursos do fundo, pois teria direito, como gestora, apenas à taxa de administração.

 

O diretor geral da Aneel, Romeu Rufino, afirmou que o papel de fiscalização da agência é a melhor governança do setor, já que há conflito de interesses do Ministério de Minas e Energia e da própria Eletrobras na gestão de um fundo setorial do qual a empresa é a beneficiária. Rufino exemplificou também como caso de conflito de interesse a tramitação da Medida Provisória 706, que trata da renovação dos contratos das distribuidoras federalizadas e é relatada pelo ex-ministro Edison Lobão (PMDB-MA).

 

Fonte: Canal Energia

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