Era questão de tempo para que a Portaria no. 134 do Ministério de Minas e Energia fosse editada. O mercado e os agentes esperavam pela decisão. E quando o texto, publicado em edição extra do Diário Oficial da União na tarde de segunda-feira, 30 de março, chegou foi recebido com tranquilidade. O setor classificou a medida como prudente por parte do governo. Agora a expectativa é para a retomada dos leilões, as fontes apontam o final de 2020 e no máximo início de 2021 como o período mais adequado para a realização dos certames adiados.
Um dos argumentos mais ouvidos pela reportagem da Agência CanalEnergia é de que as incertezas e a imprevisibilidade do atual momento pelo qual passa o Brasil foram decisivos. Se ocorresse o contrário e a programação fosse mantida poderíamos verificar problemas com o câmbio e a demanda retraída, conforme projeta o Operador Nacional do Sistema Elétrico, segundo os dados do PMO de abril.
Assim, lembrou o diretor da consultoria PSR, Bernardo Bezerra, poderíamos ver dois fenômenos resultados dessa distorção criada pela crise do novo coronavírus: a primeira é uma calibragem inexata da demanda das distribuidoras e a segunda precificação com alta possibilidade de erro uma vez que as geradoras poderiam ofertar valores elevados por conta do câmbio ou valores que poderiam inviabilizar os investimentos no longo prazo.
“Devemos lembrar que o setor elétrico trabalha com decisões de investimentos de longo prazo. Por isso é sensato postergar os leilões para um momento de mais normalidade, pois ainda não temos o cenário de duração ou o impacto na economia”, avalia ele.
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