Migração para mercado livre atinge recorde

Nos próximos seis meses, 878 empresas devem aderir ao mercado livre de energia, em que grandes consumidores, como fábricas e shoppings, podem escolher o fornecedor de luz e acertar o preço em uma negociação. Hoje, há 1.929 clientes dessa modalidade. As empresas que já assinaram contratos e se preparam para mudar nos próximos meses representam um aumento de 45%. É uma migração recorde, diz Rui Altieri Silva presidente do conselho da CCEE (câmara de comercialização). “Começou no último trimestre de 2015 e acentuou­se bastante neste começo de ano.” A diferença dos preços nos mercados livre e cativo explica a mudança. Os contratos entre fornecedores e clientes que podem negociar giram em torno de R$ 65 por MWh ­a esse valor, somam­se cerca de 20% pela distribuição e impostos. Nas distribuidoras, o valor médio do preço era de R$ 390 em dezembro, que é o dado mais recente da Aneel. A diferença é a mais alta da história, diz Joisa Dutra, diretora do centro de regulação em infraestrutura da FGV. “As distribuidoras do mercado regulado se endividaram depois da tentativa do governo de baixar as tarifas. Em 2015, o então ministro Joaquim Levy parou de segurar a tarifa para conter a inflação. Não há por que diminuir.” No mercado livre, a recessão derrubou a demanda de grandes consumidores e criou sobreoferta de energia. “O preço é volátil porque varia com as chuvas, e os reservatórios estão cheios”, diz Reginaldo de Medeiros, da entidade de comercializadores de energia livre

Perdeu o gás

O consumo de gás natural no país caiu 13,8% em janeiro deste ano, em relação ao mesmo mês de 2015. A queda foi resultado da menor demanda das indústrias. Afetado pela crise, o setor consumiu 13,38% menos no primeiro mês de 2016, segundo a Abegás, associação do setor. Outro fator que contribuiu para o recuo no começo do ano foi a diminuição de 20,33% do uso pelas usinas termoelétricas, com a recuperação das hidrelétricas. A utilização de gás nas residências, por sua vez, cresceu 13,92%, resultado da expansão das redes distribuidoras pelo país. Como o volume total do consumo residencial é pequeno diante dos demais, a alta não foi suficiente para impedir o mau desempenho no início deste ano.

Em busca de novos destinos

A transportadora RTE Rodonaves vai expandir sua atuação nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Acre e Rondônia. Para isso, fechou acordo com a Carvalima Transportes, que já atuava na região. “Com um parceiro local, encurtamos etapas e conquistamos mais rapidamente o mercado. A região tem muito potencial por razão do agronegócio”, afirma João Naves, fundador da companhia, que atende agora dez Estados brasileiros. O próximo passo é levar os caminhões para o Rio de Janeiro. “Mas lá será operação própria.” A expectativa da empresa é que os novos mercados ajudem a incrementar o faturamento em cerca de 7% em 2016, após um ano de estagnação. “É um setor muito suscetível à queda da produção e também ao aumento do combustível. Mas após o sufoco de 2015 estamos mais preparados”, diz Naves.

USP sem bairrismo

A Universidade de São Paulo vai ampliar sua atuação em outros Estados do país por meio de grandes projetos de inovação e desenvolvimento de tecnologia. O primeiro contrato foi firmado entre a Agência USP de Inovação e o governo de Goiás, que vai investir R$ 1,5 bilhão no programa até 2018. Nos mesmos moldes, a região de Matobipa ­que engloba zonas de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, considerada a nova fronteira agrícola do país ­ também deve firmar parcerias. Tocantins e Bahia são outros Estados onde há negociações, diz Vanderlei Bagnato, coordenador da agência. Os projetos estão sob articulação do Ministério da Agricultura. “A ideia é identificar setores produtivos onde podemos colaborar com novas soluções e tecnologias.” No caso de Goiás, setores como o de alimentos e bebidas, metais, biotecnologia e agronegócio devem ser alvo de ações da equipe.

*Dinheiro de Havana * A Western Union obteve licença para transferir valores de outros países para Cuba.

Fonte: Folha de SP

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