CMSE: Risco de déficit de energia em 2017 é igual a 0,1%

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) apontou, em sua reunião realizada nesta quinta-feira (3/8), que risco de qualquer déficit de energia em 2017 é igual a 0,1% para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste considerando a configuração do sistema de agosto de 2017.

Em julho, entraram em operação comercial 797,9 MW de capacidade instalada de geração, 67 km de linhas de transmissão e conexões de usinas na Rede Básica e 2.399 MVA de transformação na Rede Básica. Assim, a expansão do sistema no ano 2017, até o mês de julho, totalizou 3.708,5 MW de capacidade instalada de geração, 1.139,7 km de linhas de transmissão de Rede Básica e conexões de usinas e 8.039 MVA de transformação na Rede Básica. Destaque para a entrada em operação comercial da sexta unidade geradora da UHE Belo Monte, com 611 MW de capacidade instalada.

 

Veja a íntegra da Nota Informativa emitida pelo colegiado:

Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE)

Nota Informativa – 3 de agosto de 2017

O CMSE esteve reunido nesta quinta-feira, 3 de agosto de 2017, com o objetivo de analisar as condições de suprimento eletroenergético em todo o território nacional, e divulga, de forma preliminar, os principais pontos tratados pelo colegiado:

Plano da Operação Elétrica – PEL 2017: O Operador Nacional do Sistema Nacional Elétrico – ONS apresentou a síntese dos resultados do PEL 2017, que avalia o desempenho dos sistemas elétricos do Sistema Interligado Nacional no horizonte de janeiro de 2018 a abril de 2019, tendo por referência os critérios e padrões estabelecidos nos Procedimentos de Rede. Os principais objetivos do estudo foram avaliar e identificar ações relacionadas: (i) à evolução da capacidade das interligações existentes; (ii) à geração térmica decorrente de restrições na transmissão e os impactos da geração eólica; e (iii) às obras prioritárias a serem implantadas ou necessárias no horizonte do estudo.

Condições Hidrometeorológicas e Energia Armazenada: O ONS informou que, com base na última reunião do Grupo de Trabalho MCTIC/MME sobre Previsão Meteorológica Estendida, a temperatura superficial do Oceano Pacífico Equatorial, na atualidade, indica uma situação de neutralidade, o que não deve interferir significativamente no regime pluviométrico nos próximos meses. As previsões recentes indicam com maior probabilidade a continuação de uma situação de neutralidade ao longo de 2017.

O ONS apresentou também que, em termos de Energia Natural Afluente – ENA bruta, foram verificados no mês de julho de 2017 os valores de 79% no Sudeste/Centro-Oeste, 38% no Sul, 31% no Nordeste e 60% no Norte, referenciados às respectivas médias de longo termo – MLT.

Ao final do mês de julho de 2017, foi verificada Energia Armazenada – EAR de 38,4%, 71,1%, 15,3% e 59,4% nos reservatórios equivalentes dos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente, referenciados às respectivas EAR máximas. Os valores esperados de armazenamentos equivalentes ao final do mês de agosto são: 32,6% no Sudeste/Centro-Oeste, 60,5% no Sul, 11,5% no Nordeste e 50,0% no Norte.

Análise de Risco: O risco de qualquer déficit de energia em 2017 é igual a 0,1%[1] para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste considerando a configuração do sistema do PMO de agosto de 2017.

Operação Hidráulica do Rio São Francisco: O ONS informou que foi emitida autorização pela Agência Nacional de Águas – ANA para a redução das vazões defluentes de Sobradinho e Xingó para o valor médio diário de 550m³/s, através da Resolução nº 1.291, de 17 de julho de 2017. No entanto, para que os testes com essa vazão sejam iniciados, é necessário que o IBAMA também emita sua autorização, o que está sendo aguardado.

O ONS apresentou as simulações atualizadas de expectativa de armazenamento nas UHEs Três Marias, Sobradinho e Itaparica ao longo do período seco, utilizando os piores cenários de afluências verificados no histórico, que têm se aproximado da realidade vivenciada atualmente. Estas simulações têm sido apresentadas semanalmente no âmbito do grupo de acompanhamento da operação dos reservatórios do rio São Francisco, sob a coordenação da ANA, e que conta com ampla participação de representantes do Poder Público, usuários e sociedade civil. Os últimos resultados apontam para o atingimento dos níveis de armazenamento de 4,1% e de -1,0% dos volumes úteis dos reservatórios de Três Marias e de Sobradinho, respectivamente, ao final do período seco, em novembro de 2017, sendo que, caso a vazão defluente de Xingó seja reduzida para 550m³/s a partir do mês de setembro, o reservatório de Sobradinho conseguirá se manter acima de seu nível mínimo operativo, com 0,3% do volume útil ao final do período. Assim, diante do atual quadro de escassez hídrica na bacia do rio São Francisco, é necessário o permanente acompanhamento da evolução das condições hidrometeorológicas da bacia e do armazenamento dos reservatórios de Três Marias e Sobradinho, visando identificar a necessidade de implementação de medidas adicionais.

Expansão da Geração e Transmissão: A Secretaria de Energia Elétrica – SEE/MME relatou que, em julho, entraram em operação comercial 797,9 MW de capacidade instalada de geração, 67 km de linhas de transmissão e conexões de usinas na Rede Básica e 2.399 MVA de transformação na Rede Básica. Assim, a expansão do sistema no ano 2017, até o mês de julho, totalizou 3.708,5 MW de capacidade instalada de geração, 1.139,7 km de linhas de transmissão de Rede Básica e conexões de usinas e 8.039 MVA de transformação na Rede Básica. Destaque para a entrada em operação comercial da sexta unidade geradora da UHE Belo Monte, com 611 MW de capacidade instalada.

O CMSE, na sua competência legal, continuará monitorando, de forma permanente, as condições de abastecimento e o atendimento ao mercado de energia elétrica do País. As definições finais sobre a reunião do CMSE de hoje serão consolidadas em ata devidamente aprovada por todos os participantes do colegiado e divulgada conforme o regimento.

Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico

[1] Estes resultados são obtidos nas simulações do modelo Newave utilizando séries sintéticas, com tendência hidrológica, considerando em seus parâmetros que não há racionamento preventivo, térmicas por mérito e um patamar de déficit. Para séries históricas, o valor do risco de qualquer déficit é igual a 0,0%, para os subsistemas SE/CO e NE.

 

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Fonte: MME.

 

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