Conferência Nacional de PCHs e CGHs reúne as principais autoridades do setor


A Associação Brasileira de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Centrais Geradores Elétricas (CGHs) reuniu, durante a 3ª edição da Conferência Nacional de PCHs e CGHs em Curitiba (PR), 41 palestrantes, entre eles representantes da Presidência da República, Ministério de Minas e Energia, Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Governo do Paraná, Prefeitura de Curitiba e empresários do setor de energia renovável. Com 35 patrocinadores, o evento levou à capital paranaense, entre os dias 8 e 10 de maio, 720 participantes de todas as regiões do Brasil.

Segundo o presidente da Abrapch, Paulo Arbex, o maior objetivo do evento foi “discutir medidas concretas para reverter com urgência, no novo governo, os erros históricos cometidos nos últimos 20 anos”. Para ele, “a política equivocada de ataque às pequenas hidrelétricas em favorecimento a outras fontes teve como resultados (i) um aumento explosivo de 450% acima da inflação nas tarifas de energia para a sociedade, (ii) um aumento absurdo de 700% nas emissões do setor elétrico, (iii) uma forte desindustrialização e fechamento de empresas e (iv) um enorme aumento no desemprego, que hoje atinge 14 milhões de brasileiros”.

 

Paulo Arbex criticou o que chamou de “politica Robin Hood ao contrário”, que “incentiva os grandes campeões nacionais e estrangeiros concedendo isenção de impostos às grandes petroleiras e aos grandes fabricantes de equipamentos estrangeiros e acaba destruindo os micros e pequenos, que no mundo todo respondem por mais de 70% dos empregos”. O executivo ainda faz uma relação com os países mais desenvolvidos. “Eles apoiam seus pequenos empreendedores e esgotaram seu potencial hidrelétrico antes de partirem para fontes fósseis e outras menos eficientes. Por que no Brasil deveríamos insistir em fazer o contrário, depois de 20 anos com resultados catastróficos?”, questionou.

 

O empresário Leandro Parizotto, que trabalha no setor elétrico há 20 anos, executivo da maior patrocinadora da Conferência, BID Energy, afirmou que apoia incondicionalmente a realização do evento para a promoção do setor. “A Conferência é muito importante para o país porque os empreendimentos PCHs e CGHs pulverizam o poder econômico em diversos municípios, gerando emprego e renda, tanto na ampliação da capacidade de mão de obra, como na arrecadação de tributos”, afirmou.

 

Segundo ele, o principal benefício proporcionado pelo evento é que “os órgãos reguladores vieram e ouviram as demandas dos empresários e dos agentes do setor elétrico”. Parizotto ainda lamentou a falta de investimentos na geração de energia pelas usinas hidráulicas. “Nos últimos anos, foi dada ênfase para geração eólica e solar. No fim dos anos de 1980, cerca de 90% de energia era de matriz hidráulica. Hoje é de 65%”, apontou.

 

Para o empresário Diogo Mussoi, diretor da Taba Power, o evento já é referência nacional do setor. “Todas as peças-chave estiveram aqui. As principais autoridades do setor participaram do evento, que teve uma boa organização. E veio gente de todo o Brasil”, afirmou. Ele ainda destacou a importância da visibilidade do evento para a sociedade. “Nosso setor é muito específico. A imprensa veio e deu cobertura e visibilidade. A gente vende energia limpa, mas não é como as pessoas enxergam o nosso negócio. É importantíssimo essa divulgação da imprensa”, avaliou Mussoi, que já garantiu a participação da Taba Power na próxima edição no ano que vem.

 

Na mesma esteira, o diretor de desenvolvimento de negócios da Intertechne Sistechne, Paulo Akashi, enalteceu a vinda das principais autoridades do setor a Curitiba. “A programação está adequada: trazer gente de peso para debater os principais temas, principalmente as dificuldades e as necessidades do setor como um todo”, elogiou. Ele também disparou contra as políticas de incentivo dos últimos anos: “Frente às energias eólica e fotovoltaica, precisamos de uma mudança na política de contratação de energia, priorizando, por exemplo, as PCHs e CGHs. O setor já vive em dificuldade. Não dá mais”.

 

Programação

Durante três dias, a 3ª edição da Conferência Nacional de PCHs e CGHs ofereceu aos participantes workshop, sessões executivas e plenária, abordando segurança de barragens e previsibilidade de acidentes, projeções econômicas para o setor e leilão de energia, licenciamento e gestão sócio ambiental, comunidades vizinhas, financiamentos e captação de recursos, além das políticas públicas para o fomento de PCHs e CGHs.

 

Um dos pontos discutidos foi o licenciamento ambiental como um dos principais entraves dos empresários que atuam no setor elétrico, especialmente nas PCHs e CGHs. Um levantamento da Abrapch mostrou que o processo costuma levar 9 anos, de acordo com informações obtidas em 81 hidrelétricas licenciadas de 1992 a 2013.

Outra questão também trazida à Conferência foi a abertura de uma consulta pública, nas próximas semanas, pela Agência Nacional de Energia Elétrica para identificar questões regulatórias que precisam ser aprimoradas para incorporar no parque gerador brasileiro os projetos híbridos, que somem os pontos fortes para suprir carências, dos modais hidráulico, eólico e solar.

 

Inaugurações

A 3ª edição da Conferência Nacional de PCHs e CGHs em Curitiba marcou ainda o lançamento oficial da Frente Parlamentar Mista em Defesa das PCHs e CGHs, na Câmara Federal, e do Bloco Parlamentar das Energias Renováveis, na Assembleia Legislativa do Paraná.

 

Já a cidade de Curitiba ganhou, como doação da Associação Brasileira de Pequenas Centrais Hidrelétricas (Abrapch), uma central geradora hidrelétrica que, com 30 kilowatts de energia, que vai garantir toda a iluminação do Parque Barigui, um dos cartões postais do município. A turbina, que está sendo instalada no lago do parque, é utilizada em baixas quedas para geração de energia e contribui para melhoria da fauna aquática e nível de oxigênio da água. A previsão de início de operação é no fim do mês de junho.

 

Outras informações podem ser obtidas nos sites: www.abrapch.org.br e www.viex-americas.com/eventos/abrapch.

 

 

 

 

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