Contratação de térmicas encarece em 6x a energia no Brasil, diz Abrapch


Redação – 23.02.2022 – Para presidente da Abrapch, o uso de pequenas hidrelétricas custaria um sexto do que é gasto com termoelétricas

De acordo com Paulo Arbex, presidente da Associação Brasileira de Pequenas Centrais Hidrelétricas (Abrapch), as usinas térmicas estão encarecendo o custo da energia no Brasil. Segundo ele, entre setembro e dezembro de 2021, foram contratados mais de 5.300 MW, muitas a custos de mais de R$ 2.000/MWh. Ele afirma que essa opção está esvaziando o espaço na demanda para contratação de pequenas hidrelétricas, que poderiam ser transacionadas a custos entre R$ 280/MWh e R$ 350/MWh, menos de um sexto do custo das térmicas, com emissões de poluentes mais baixas.

O executivo calcula ainda que, de acordo com estudos de uma consultoria do setor elétrico, as contratações de mais de 5.300 MW de térmicas de 2021, somada à contratação dos 8.000 MW de térmicas da Lei da Eletrobras, levará ao risco de vertimento das hidrelétricas para até 41% nos próximos 8 anos.

O risco de vertimento, é o risco de o Brasil ser forçado a “jogar água fora” de usinas com custos de até R$ 40/MWh e consumir energia térmica a custos de até R$ 2.000/MWh, com enormes prejuízos para toda a economia nacional. Isso aconteceria porque os contratos com as térmicas são inflexíveis, afirma Arbex.

Lei exige mais energia de PCHs
Ele lembra que o Congresso Nacional considerou que a contratação de energia de PCHs ao longo dos últimos 20 anos era baixa e aprovou a Lei 14.182, de 12 de junho de 2021, que prevê a compra de 2.000 MW dessa fonte. No entanto, o Plano Decenal de Energia (PDE 2031) não incorpora a determinação do Congresso Nacional, visto que aponta para apenas 635 MW contratados de PCHs até 2026.

“Estamos confiantes de que o governo reverterá esta situação, assim que tomar conhecimento dela, e que contratará os 2.000 MW de pequenas hidrelétricas”, diz Arbex. Ele explica que o cumprimento da lei gerará cerca de 750 MW ao ano de energia hidráulica nos próximos três anos, quase R$ 6 bilhões de investimentos/ano, mais de 50 mil empregos e usinas que vão gerar energia barata e limpa por mais de um século.

Fonte: InfraRoi

23.02.2022

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