Mudanças climáticas e sustentabilidade ambiental integra programação da 8a Conferência Nacional da Abrapch


por Andressa Nunes

O setor elétrico brasileiro tem trabalhado na promoção de uma energia limpa e sustentável a fim de diminuir os impactos do aquecimento global, com foco na descarbonização da matriz elétrica. Sendo assim, a responsabilidade socioambiental foi tema de debate do segundo e último dia da 8° Conferência Nacional de PCHs e CGHs realizada pela ABRAPCH. 

Uma das preocupações do setor é a descarbonização da matriz elétrica, uso múltiplos dos reservatórios e os créditos de carbono, uma vez que fontes de energia proveniente de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás, contribuem para as mudanças climáticas.   

“A transição para uma matriz elétrica de baixo carbono envolve vários aspectos como, por exemplo, a modernização das infraestruturas, a implementação de tecnologias de ponta, como a digitalização das redes e a utilização de sistemas de armazenamento de energia”, ressaltou o diretor de Licenciamento Ambiental e Condicionantes da Operação na Eletrobras, Jader Fernandes, durante sua participação no segundo dia de conferência. 

Winston Fritsch, diretor-presidente da Struttura Desenvolvimento e Financiamento de Projetos e da WF Consultores Associados disse que esses avanços contribuem para otimizar a geração e o consumo, garantindo um fornecimento mais eficiente e sustentável. Winston falou ainda sobre a eletrificação, que é uma ferramenta que reduz as emissões de carbono e o gás do efeito estufa, e é uma medida prevista para garantir a geração de energia sustentável.

Já o engenheiro mecânico, Felipe Wotecoski, CEO da Hidreo®, falou sobre micro centrais hidrelétricas (MCHs), pequenas usinas que geram energia elétrica a partir do aproveitamento do fluxo de rios e córregos, com capacidade geralmente inferior a 1 MW. Elas são uma alternativa sustentável pois ocasionam baixo impacto ambiental e permitem a geração de energia renovável de forma descentralizada. “Estamos buscando plataformas e o desenvolvimento de novas tecnologias para trabalhar de forma mais sustentável. Cada dia que passa os eventos climáticos são mais complexos, e isso faz com que a gente tenha que melhorar o nosso desempenho, principalmente do ponto de vista da atuação,” completou o engenheiro mecânico.

As PCHs e CGHs podem atender tanto comunidades pequenas quanto grandes cidades, garantindo energia limpa e renovável. “As PCHs e CGHs impulsionam o desenvolvimento regional, gerando empregos e promovendo iniciativas socioambientais. O nosso setor é a solução e não um problema. Nós podemos atender comunidades pequenas e grandes, sempre com um viés voltado para a sustentabilidade. Porque nos preocupamos com o meio ambiente. Aqui, nesse painel mesmo, já vimos que é possível gerar energia sem a necessidade da queima de óleo,” esclareceu Pedro Dias, Presidente do Conselho de Administração da ABRAPCH.

Precificação do carbono

O Brasil tem se destacado na comercialização de créditos de carbono. Uma ferramenta importante para a compensação das emissões de gases de efeito estufa. O setor elétrico brasileiro, com sua grande capacidade de geração de energia renovável, está em uma posição estratégica para gerar créditos de carbono, que podem ser comercializados no mercado internacional ou usados para compensar as emissões internas. Esses créditos são fundamentais para garantir que o setor energético brasileiro esteja alinhado com as metas globais de descarbonização e também oferecem uma oportunidade econômica significativa, incentivando investimentos em projetos de energia limpa e sustentável. “A nossa matriz elétrica é praticamente 90% renovável. No Brasil, diferente do resto do mundo, as nossas emissões são causadas pelo uso alternativo do solo, seguido da agropecuária e a energia em razão do setor elétrico e dos biocombustíveis. O setor elétrico varia entre 1% e 3% de emissões dependendo do clima, da quantidade hídrica que a gente tiver. A média de fator de emissão do Brasil é uma das mais baixas do mundo, de 77 gramas por kWh”, disse Julia Sagaz, diretora socioambiental da ABIAPE.

Estiveram presentes para falar sobre mudanças climáticas e sustentabilidade do setor elétrico nacional: Júlia Sagaz,  diretora socioambiental da ABIAPE, Pedro Dias; presidente do Conselho de Administração da ABRAPCH; Jader Fernandes, Diretor de Licenciamento Ambiental e Condicionantes da Operação na Eletrobras; Felipe Wotecoski, CEO da Hidreo® e Winston Fritsch, Diretor-presidente da Struttura Desenvolvimento e Financiamento de Projetos e da WF Consultores Associados.

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