Fórum de VEJA NEGÓCIOS debate desafios e oportunidades da transição energética no país.
Com grande parte da matriz elétrica limpa, o Brasil está em posição privilegiada para aproveitar a transição energética global. No entanto, é preciso avançar nas regulamentações e criar os incentivos certos. “O primeiro passo, e o mais importante, é a regulamentação, e já estamos avançando nisso”, disse Rodrigo Rollemberg, secretário de Economia Verde do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, durante o fórum VEJA NEGÓCIOS sobre as oportunidades do Brasil na transição para a energia verde.
Ele destacou iniciativas aprovadas neste ano como o programa Mover, que oferece benefícios fiscais para veículos sustentáveis, e a lei dos “combustíveis do futuro”, que cria programas nacionais para diesel verde e biocombustível para aviação e biometano.
O secretário aponta, no entanto, que outras medidas importantes ainda precisam ser destravadas. É o caso do projeto de lei que regulamenta os bioinsumos agrícolas, além do projeto que cria um mercado regulado de carbono brasileiro – aguardando votação desde o ano passado. “O Brasil pode dobrar a produção de bioenergia em áreas degradadas, gerando créditos de carbono”, afirmou.
O setor privado encara as novas possibilidades da transição verde com otimismo. “A transformação está acontecendo. O que falta é saber vender isso para fora”, disse Pablo Fava, presidente da Siemens, destacando a chance de atrair centros de desenvolvimento de software que usem a energia limpa do Brasil.
Alessandro Rizzato, gerente da Mobilização Empresarial pela Inovação da CNI, também aponta oportunidades no setor de biotecnologia, ramo que utiliza a manipulação de organismos vivos para fabricar ou modificar produtos. “Precisamos olhar para essas cadeias que nos insiram nos mercado globais”, disse o executivo.
No entanto, ainda há desafios. “Já fui mais otimista, mas ainda é preciso passar do discurso para a prática”, afirmou Eduardo Sattamini, presidente da Engie Brasil Energia. Ele critica o que considera subsídios excessivos para alguns setores de geração e energia. “O Brasil realmente tem energia barata, mas com custo final caríssimo, encarecido pelos subsídios”, diz.
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