O Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou estudo em parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para avaliar como as
mudanças climáticas devem ser incorporadas ao planejamento da matriz elétrica brasileira. Segundo o MME, o projeto irá trazer um
diagnóstico detalhado sobre como a matriz elétrica brasileira se comportará diante de diferentes cenários climáticos, possibilitando um planejamento mais resiliente e adaptado às futuras condições de clima.
Serão avaliadas diferentes condições de precipitação, temperatura, irradiação solar e vento, a partir das projeções climáticas de modelos do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC, na sigla em inglês) e projeções do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).
Intitulado “Impactos das Mudanças Climáticas no Planejamento da Geração de Energia Elétrica”, o projeto faz parte das ações da
Cooperação Brasil – Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale
Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, com recursos do Ministério Federal para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento da Alemanha (BMZ).
O estudo será desenvolvido pelo consórcio formado pela PSR e a Tempo OK.
De acordo com o consultor técnico da EPE Gustavo Ponte, a iniciativa surgiu a partir da ideia de revisitar o estudo de integração de fontes variáveis renováveis na matriz elétrica do Brasil, publicado pela EPE em 2020. Ele explica que, desta vez, são introduzidas novas variáveis com base nos cenários climáticos do CMIP6 do IPCC, como alterações no consumo de energia elétrica e nos recursos energéticos renováveis, relevantes sobretudo para a geração hidrelétrica, solar e eólica.
Metodologia
O estudo deve partir da premissa de que a demanda elétrica será o dobro da atual, e deve utilizar modelos computacionais de
planejamento da operação energética de médio e longo prazo e de planejamento da expansão energética para a determinação de cenários de expansão da oferta de energia para o atendimento dessa demanda.
Em seguida, a partir de três matrizes futuras possíveis, com diferentes composições de fontes e tecnologias, essas ferramentas permitirão realizar simulações operativas do Sistema Interligado Nacional (SIN) considerando os impactos das mudanças climáticas.
Segundo o líder de pesquisa e desenvolvimento da Tempo OK, Luiz Fernando dos Santos, serão utilizados modelos de machine learning
para ajustar, refinar e reduzir as incertezas nas projeções climáticas, o que pode contribuir para a precisão do estudo.
“A solução extrapolará a vigência desse projeto e será um legado importante para o planejamento do setor elétrico”, diz o diretor executivo da PSR, Rafael Kelman.
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