O Paraná colocou em operação mais uma nova PCH, na última quinta-feira (25/04). Localizada às margens do Rio Jordão, em Guarapuava, na Região Centro-Sul do Estado, a Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Três Capões Novo, tem potência instalada de 10 megawatts, o suficiente para atender 25 mil residências, o que equivale a uma população de 100 mil pessoas.
Ao todo, foram investidos R$98 milhões na obra, pelo grupo paranaense Santa Maria – que além do ramo de energia atua nos segmentos de papel, reflorestamento e agricultura.
O presidente do Conselho da Associação Brasileira de PCHs e CGHs (Abrapch), Pedro Dias, e o conselheiro fiscal, Lindolfo Zimerman, participaram da inauguração.
“A Três Capões Novo é mais um licenciamento realizado dentro das conformidades legais e ambientais. “É mais uma PCH que vai gerar energia limpa e renovável com 100% de tecnologia nacional, respeitando o meio ambiente para manter sempre o Paraná um Estado sustentável”, afirmou Dias.
A PCH Três Capões Novo vai gerar 150 empregos diretos e mais 100 postos indiretos de trabalho. A maior parte do investimento foi financiada pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).
Durante a inauguração, o governador Carlos Massa Ratinho Junior destacou que o empreendimento ajuda a consolidar o Paraná como um dos principais geradores de energia limpa do País, com 98% da energia produzida a partir de fontes renováveis no Estado. “Estamos mostrando aos países de primeiro mundo que, além de produzir alimentos, também produzimos energia de forma sustentável, como é o caso dessa PCH. E isso é um cartão de visitas para o Paraná lá fora, além de contribuir com o desenvolvimento do Estado”, afirmou.
“Para se ter ideia, de 2010 a 2019 foram construídas seis PCHs no Paraná. Só nos últimos cinco anos, já inauguramos 21 e outras nove estão em construção, com 30 novas usinas para produzir energia limpa e ajudar a garantir a segurança energética do País”, ressaltou o governador. “Além disso, temos cerca de 60 Centrais Geradoras Hidrelétricas, que são menores, em liberação e construção, quase quatro vezes mais do que no passado. Isso é fruto da modernização que fizemos no IAT, com a contratação de novos profissionais para agilizar os licenciamentos no Estado”.
MEDIDAS AMBIENTAIS – O empreendimento recebeu em novembro do ano passado autorização ambiental do Instituto Água e Terra (IAT) para iniciar o enchimento do reservatório, que tem área total de 16,57 hectares, sendo 4,62 hectares de área efetivamente alagada. Com o enchimento do reservatório, a Três Capões Novo ficou pronta para iniciar a produção de energia.
Desde o início de sua instalação, a PCH no Rio Jordão tem implementado programas e medidas que previnem, reduzem e compensam eventuais impactos ambientais. Após a fase de pré-instalação e instalação, agora o programa entra na fase de operação do empreendimento. A PCH Três Capões Novo conta com nove programas ambientais, subdivididos em nove subprogramas e dois planos.
O CEO do Grupo Santa Maria, Marcelo Vieira, explicou que nova usina está contribuindo com o desenvolvimento da região Centro-Sul do Estado, tanto na geração de empregos, como no abastecimento energético. “Temos vários projetos em análise e, nos próximos anos, deveremos ter novas usinas hidrelétricas e solares entrando em operação”, ressaltou. “A energia produzida aqui entra no sistema nacional, através da Copel, e vai atender residências, indústrias, enfim, todos os segmentos”.
“Tivemos muitas dificuldades, nas décadas passadas, para liberar projetos que estávamos trabalhando. Mas depois da desburocratização do setor elétrico no Paraná promovida pelo Governo do Estado ficou muito mais acessível”, ressaltou o CEO do Grupo Santa Maria.
Conforme prevê a legislação brasileira, para se configurar como PCH a unidade deve ter potencial de geração de energia entre 5 e 30 Megawatts. Já a Central Geradora Hidrelétrica (CGH) tem capacidade máxima de 5 Megawatts. Comparadas com às centrais hidrelétricas de grande porte, as PCHs e CGHs não necessariamente demandam construção de grandes infraestruturas para a transmissão de energia. Dessa forma, contribuem para a formação de uma rede de fornecimento energético de baixo impacto ambiental.
PCHS NO PARANÁ – As licenças de funcionamento para empreendimentos energéticos são emitidas no Paraná pelo Instituto Água e Terra (IAT). O processo se intensificou desde 2019 com uma política baseada na desburocratização, mas sem diminuir os cuidados com riscos ambientais.
De acordo com o IAT, o Paraná tem 38 PCHs em operação e nove em construção. Desde 2019, foram licenciadas para operação 12 PCHs no Estado. “O Paraná é o estado que, proporcionalmente, mais tem geração de energia renovável, e nós estamos licenciando muitos empreendimentos como este. Esse processo se tornou uma política de gestão ambiental para apoiar os empreendedores, para que eles possam utilizar o patrimônio natural do Paraná, para se reverter em qualidade de vida ao paranaense”, destacou o diretor-presidente do IAT, Everton Souza.
As 38 PCHs em operação no Paraná produzem 525,78 Megawatts, energia suficiente para abastecer juntas as duas maiores cidades do Paraná, fora Curitiba: Londrina e Maringá. Já as nove PCHs em construção vão somar mais 163,35 Megawatts ao sistema. Esse volume é capaz de abastecer 32.670 residências. Desse total, 79,20 Megawatts devem entrar em operação ainda nesse ano.
As PCHs em construção são: Cobre Km 19, no Rio do Cobre, no município de Marquinho com capacidade de 14,20 Megawatts; São Luís, no Rio Chopim, em Clevelândia, com 30 Megawatts; Lúcia Cherobim, com capacidade de 28 Megawatts, no Rio Iguaçu entre os municípios da Lapa e Porto Amazonas; São João II, com 7 Megawatts, no Rio São João, em Prudentópolis; Córrego Fundo, no Rio Pirapó, entre Colorado, Paranacity e Paranapoema, com capacidade de 10 Megawatss; Beira Rio no Rio Jaguariaíva, entre os municípios de Jaguariaíva e Sengés, de 18,15 Megawatts; São Jerônimo, de 15,50 Megawatts, no Rio São Jerônimo, em Guarapuava; Paredinha, de 21 Megawatts, no Rio Cachoeira, em Turvo; e Trindade Baixo Jusante, no Rio Chopim, também em Clevelândia, com capacidade de 19,50 Megawatts.
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