Segundo Ludmila Nascimento, diretora de Energia e Descarbonização da Vale, o Brasil pode se beneficiar da sua matriz renovável, mas precisa focar na competitividade elétrica e atentar para os custos dos encargos.
O papel do governo na descarbonização da indústria também esteve presente na fala de João Paulo de Resende, Assessor Especial do ministro da Fazenda, que participou do painel “O hidrogênio verde na descarbonização da indústria”. Segundo ele, é preciso avançar nas aprovações em tramitação na Câmara e no Senado, considerando as peculiaridades do país.
— Já temos um projeto de instituição de um sistema brasileiro de comercialização de créditos de carbono aprovado no Senado. Além desse, temos projetos em tramitação, como o das eólicas offshore, dos combustíveis do futuro e do hidrogênio. É preciso dar segurança jurídica a quem está investindo — disse ele.
Ludmila Nascimento, Diretora de Energia e Descarbonização da Vale, destacou o potencial do Brasil para essa indústria, mas alertou: — O país tem atraído muitas empresas querendo se beneficiar desse potencial. Mas serão necessários incentivos, como um fundo específico para financiar a eletricidade renovável competitiva e um custo de financiamento de 4,5% ao ano — pontuou.
Solange Ribeiro, vice-presidente da Neoenergia, destacou que, para seguir na corrida da neoindustrialização, o Brasil precisa garantir algumas medidas: — Precisamos de um marco regulatório estável e seguro. No último painel do dia, “Desafios e oportunidades para a neoindustrialização”.
Clarissa Lins, sócia fundadora da Catavento Consultoria, apontou a transição energética como motor importante para o crescimento econômico do Brasil.
— Temos acesso a energia competitiva e renovável. Isso nos posiciona em uma nova forma de produzir bens e serviços. Com a neoindustrialização nesse novo formato, o país volta a crescer — afirmou.
Marcelo Moraes, membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDESS) e presidente do Fórum do Meio Ambiente e Sustentabilidade do Setor Elétrico (Fmase), ressa ltou a importância de incentivos do governo para o desenvolvimento de novas fontes de energia: — Todas as fontes que se desenvolveram no Brasil foram frutos de políticas públicas de financiamentos e incentivos. O hidrogênio precisa delas também. Já Rodrigo Rollemberg, secretário de Economia Verde do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, ressaltou a importância de acelerar a regulamentação dos processos para o Brasil avançar na agenda:
— Se conseguirmos, num curto prazo, aprovar a regulamentação dos mercados de carbono e de hidrogênio, das eólicas offshore e dos chamados combustíveis do futuro, associado à redução do desmatamento, o Brasil certamente será o grande destino de investimentos externos e internos.
Por O Globo com FMASE.
https://oglobo.globo.com/conteudo-de-marca/vale/noticia/2023/12/05/regulamentacao-e-politicas-de-incentivo-sao-cruciais-para-avancar.ghtml
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