Residências, comércio e indústria puxam resultado no mês, enquanto mercado livre computa crescimento de 4,1%.
O consumo nacional de energia elétrica atingiu 42.837 GWh em janeiro, crescendo 0,6% em comparação com mesmo mês de 2022, informa o boletim mensal da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A classe residencial (1,8%) puxou a alta, seguida pelas classes comercial (1,4%) e industrial (1,2%). No acumulado em 12 meses a demanda por eletricidade registrou 508.954 GWh, avanço de 1,4% em comparação ao período imediatamente anterior.
Com 14.942 GWh, a classe industrial expandiu seu consumo após a retração em dezembro. A região Nordeste (16,3%) liderou o índice, seguida por Norte (7%) e Centro-Oeste (2,9%), enquanto Sul e Sudeste retraíram em 2,5% e 2,3%. Seis dos dez setores mais eletrointensivos se destacaram, como Metalurgia (6,5%), puxado pela cadeia do alumínio primário no Maranhão e no Pará. Contudo, a queda na produção siderúrgica nacional atenuou a forte alta do consumo de energia elétrica no segmento.
Também se destacaram a extração de minerais metálicos 8,2%), com Minas Gerais e Espírito Santo respondendo por mais da metade da expansão; e a fabricação de produtos alimentícios (4%), onde as altas nas exportações, principalmente de aves e açúcares e melaços, podem ter contribuído para o resultado.
Por outro lado, as maiores quedas ficaram com a fabricação de produtos minerais não-metálicos (5,5%); de produtos químicos 1,9%) e têxteis (5,2%). Paradas de manutenção, férias coletivas, níveis elevados de estoque, além da própria dinâmica dos mercados de seus produtos, podem ter contribuído para a queda no consumo de eletricidade nestes setores segundo a EPE.
Nas residências impactos verificados pelo clima um pouco mais seco em relação ao mesmo mês de 2022. As tarifas de energia também estavam mais baixas em relação a janeiro de 2022, o que pode ter contribuído também para o crescimento da demanda, já que no ano passado a bandeira tarifária era de escassez hídrica e agora é verde.
Na análise regional, Nordeste (4,4%), Norte (3,2%), Sudeste (1,7%) foram as regiões que contribuíram na classe, enquanto o Sul ficou estável e o Centro-Oeste apresentou retração marginal de 0,4%. Entre os estados, Maranhão (11,7%), Alagoas (10,1%), Pará (9,8%), Roraima (8,2%), Paraíba (7,8%), Tocantins (6,7%), Amapá (6,2%), Minas Gerais e Espírito Santo (5,9%, ambos) lideram a expansão.
Em contrapartida apresentaram queda no consumo o Amazonas (9,6%), Mato Grosso do Sul (8,8%), Rio Grande do Norte (4,7%), Rio de Janeiro (4%), Santa Catarina (2,7%), Mato Grosso (1,7%), Distrito Federal (0,7%), Rondônia (0,6%) e Paraná (0,1%). Para os Estados de Santa Catarina e Distrito Federal, se fosse considerado o ajuste pelo ciclo de faturamento das distribuidoras de energia elétrica locais, o consumo de eletricidade teria crescido 2,0% e 2,6%, respectivamente.
Nos comércios o bom desempenho do setor de serviços e, em menor grau, das vendas do varejo, continuam motivando a expansão do ramo. As regiões Norte (6%), Sudeste (2,1%) e Sul (0,9%) impactaram no resultado da classe. Por outro lado, Centro-Oeste (1,6%) e Nordeste (0,1%) apresentaram retração. Entre os estados, destaque para crescimento em Roraima (11,7%), Pará e Alagoas (8,7%, ambos). Já entre as reduções constam o Maranhão (7,2%), Mato do Grosso do Sul (6,1%) e Mato Grosso (5,1%).
Por fim, quanto ao ambiente de contratação, o boletim da EPE aponta que o mercado livre computou incremento de 4,1% na demanda durante o mês, enquanto o consumo cativo das distribuidoras de energia elétrica recuou 1,6%.
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