Paraná tem potencial hidráulico para construção de 162 novas PCHs e CGHs


A oferta e a demanda para geração de energia renovável será um dos temas a serem debatidos nesta quarta-feira (23), durante a V Conferência Nacional de PCHs e CGHs, que acontece, na Universidade Positivo, em Curitiba.

Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apontam que o Paraná tem potencial para a construção de 162 novas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) ou Centrais Geradoras Hidráulicas (CGHs). O estado foi um dos que mais avançou no licenciamento ambiental de pequenas usinas, com 191 documentos emitidos entre Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO), para mais de 60 empreendimentos.

A oferta e a demanda para geração de energia renovável será um dos temas a serem debatidos nesta quarta-feira (23), durante a V Conferência Nacional de PCHs e CGHs, que acontece, na Universidade Positivo, em Curitiba.

 A região Sul do Brasil possui 407 pequenas usinas em operação. Já o potencial hídrico dos três estados somados é de 6.161 megawatts em 618 locais aptos a abrigar PCHs ou CGHs, conforme inventários hídricos.

O presidente da Associação Brasileira de PCHs e CGHs (Abrapch), Paulo Arbex, conta que apenas no Paraná existe cerca de 1.700 megawatts de energia inexplorada, com investimentos previstos de R$12 bilhões e a geração de 100 mil empregos diretos.

“O estado não precisa mais passar pela crise hídrica ocorrida nos últimos anos e que ocasionou em prejuízos para a população com rodízios de água e falta de abastecimento”, declarou Arbex. Segundo ele, além da função de geração de energia, as estruturas das pequenas usinas protegem as margens dos rios contra a erosão e possibilitam o uso das águas para irrigação, piscicultura, abastecimento e lazer. “A energia gerada por PCHs e CGHs é configurada como a mais limpa entre as outras fontes sustentáveis”, completa Paulo.

O Paraná também integra a lista dos que possuem maior potência outorgada de geração de energia por CGHs, com mais de 82 mil kW (quilowatts) gerados por 68 empreendimentos energéticos deste porte. A potência outorgada diz respeito ao potencial de geração de energia permitido pelo órgão ambiental ao empreendimento no ato do licenciamento.

Entenda – A diferença entre PCHs e CGHs está na potência instalada.  A PCH é um empreendimento com potência superior a 5 MW e igual ou inferior a 30 MW. Cada MW gerado é capaz de alimentar um entorno de mil residências.

Já a Central Geradora Hidrelétrica (CGH) é uma unidade que gera energia elétrica com potência instalada entre 500 kW e de até 5 MW (megawatts). Menores que as CGHs existem as Micro Centrais Hidrelétricas (MCH), que podem ter até 75 kW (quilowatts), e as Mini Geradoras Hidrelétricas (MGHs), com até 500 KW.

Outro ponto interessante dos empreendimentos de geração de pequeno porte é que eles muitas vezes não necessitam da construção de robustas linhas de transmissão tendo sua energia escoada por linhas que se assemelham aos sistemas de distribuição.

Exemplos nacionais – Ao lado de Goiás, o Paraná foi um dos estados que mais avançou no Brasil.  O Instituto Água e Terra (IAT), vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, disponibilizou ferramentas online para a solicitação de licenças, via Sistema de Gestão Ambiental (SGA). “O sistema tornou mais ágeis os processos, sem perder de vista os aspectos técnicos e jurídicos dos empreendimentos”, explica o presidente do IAT, Everton Souza.

Também foram criadas normativas específicas para cada tipo de fonte de energia. São sete resoluções que tratam de cada empreendimento de acordo com sua especificidade, oferecendo maior segurança por parte do órgão ambiental e mais agilidade na análise dos processos.

Já o governo de Goiás aumentou em 150% a produtividade na área de licenciamento de empreendimentos no estado. A Secretaria de Meio Ambiente Estadual desenvolveu um projeto de licenciamento que incluiu o reordenamento das análises, o estabelecimento de árvores de decisão e melhorias no sistema de produtividade.

A secretária, Andreia Vulcanis, estabeleceu metas mensais de emissão de licenças, definiu remunerações por cumprimento de metas e organizou o fluxo de análises para garantir os resultados esperados.

Palestrantes – Entre as presenças confirmadas na V Conferência Nacional de PCHs e CGHs estão o deputado federal e relator do novo Código Brasileiro de Energia, Lafayette de Andrada; o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Efrain Pereira da Cruz; o presidente do BID Energy, Leandro Parizotto e o diretor interino da Agência Nacional de Águas, Patrick Thomas.

A programação completa pode ser conferida no site  e as inscrições ainda podem ser feitas, mas as vagas são limitadas.

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