A desburocratização, o avanço da liberação de licenças no Paraná e a capacidade de produção de energia sustentável do país foram destaques do primeiro dia da V Conferência Nacional de PCHs e GCHs nesta quarta-feira (23). O evento reúne autoridades do setor elétrico, agentes políticos e empresas de tecnologia.
Por vídeo, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, destacou o potencial energético do país e a importância de fontes alternativas e sustentáveis. “O Brasil está trilhando dois caminhos pela descarbonização da matriz energética. Primeiro criando condições de acelerar o investimento em energias sustentáveis e no segundo aspecto orientando investimentos em pesquisa e qualificação para fortalecer o surgimento de novas tecnologias e negócios com capacitação de pessoas e incentivo de mais atores que possam agregar nessa discussão que é contínua”, diz Albuquerque.
Atualmente, as PCHs e CGHs somam juntas 5.560 megawats (MW) de energia gerada, com a possibilidade de chegar a 19.328 megawats, segundo dados da Associação Brasileira de PCHs e CGHs (Abrapch).
“Ao todo, são 1.046 usinas em operação no país, com a possibilidade de instalação de outras 2.013, sem contar com o potencial existente no bioma amazônico, que totaliza outros 108 projetos”, afirmou o presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de PCHs e GCHs (ABRAPCH), Pedro Dias.
“Além da função de geração de energia, as estruturas das pequenas usinas protegem as margens dos rios contra a erosão e possibilitam o uso das águas para irrigação, piscicultura, abastecimento e lazer. “A energia gerada por PCHs e CGHs é configurada como a mais limpa entre as outras fontes sustentáveis”, completa Pedro.
Desburocratização – O governador do Paraná Carlos Massa Ratinho Júnior destacou a inteligência em desburocratizar os processos de licenciamentos no Paraná e a dificuldade de vencer barreiras construídas por países e empresas que comercializam tecnologias que geram energia a partir de outras fontes como a solar, eólica e de biomassa.
“Para nós, receber esse evento, vai de encontro ao que fizemos desde o início do governo com uma visão clara de que a energia hídrica é a mais sustentável do planeta. O Paraná será um dos maiores produtores de energia limpa do mundo. Saltamos de 12 licenças em 16 anos para 127 em pouco mais de três anos. Tudo isso ajudou o País a ter capacidade energética, a não parar, além de fomentar uma importante cadeia produtiva, garantindo a geração de empregos no Paraná”, afirma o governador.
Para desburocratizar os processos, no Paraná, foi criada a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Turismo, responsável por agrupar órgãos que atuam na regulação e licenciamento. A pasta é a única do país a trabalhar neste modelo e foi responsável por agrupar órgãos e serviços que permitissem acelerar os processos de licenciamento com equilíbrio entre meio ambiente e desenvolvimento.
“O Estado do Paraná é o único do país que disciplinou o uso de reservatórios artificiais, como esporte, turismo e lazer. O mais importante é entregar um conceito para a sociedade. A secretária nasceu para acabar com uma guerra insana entre ambientalistas radicais e os investidores. Nasceu para trazer equilíbrio entre desenvolvimento e sustentabilidade. Somos o número 1 em sustentabilidade no país”, garante o secretário Márcio Nunes.
PCHs e CGHs – As PCHs são empreendimentos com potência superior a 5 MW e igual ou inferior a 30 MW. Cada MW gerado é capaz de alimentar um entorno de mil residências. Já a Central Geradora Hidrelétrica (CGH) é uma unidade que gera energia elétrica com potência instalada entre 500 kW e de até 5 MW (megawatts). Menores que as CGHs existem as Micro Centrais Hidrelétricas (MCH), que podem ter até 75 kW (quilowatts), e as Mini Geradoras Hidrelétricas (MGHs), com até 500 KW. Outro ponto interessante dos empreendimentos de geração de pequeno porte é que eles muitas vezes não necessitam da construção de robustas linhas de transmissão tendo sua energia escoada por linhas que se assemelham aos sistemas de distribuição.
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