Brasil tem potencial para aumentar em 347% a geração de energia por PCHs e CGHs

Crédito: Tony Winston Agência Brasília


Atualmente, as PCHs e CGHs somam juntas 5.560 megawatts (MW) de energia gerada, com a possibilidade de chegar a 19.328 megawatts, segundo dados da Associação Brasileira de PCHs e CGHs (Abrapch)

O Brasil possui recursos para oferecer energia limpa e renovável, com baixa emissão de carbono, se utilizar o potencial disponível de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Centrais Geradoras de Hidráulica (CGH). Atualmente, as PCHs e CGHs somam juntas 5.560 megawatts (MW) de energia gerada, com a possibilidade de chegar a 19.328 megawatts, segundo dados da Associação Brasileira de PCHs e CGHs (Abrapch).

A provocação é do presidente da Abrapch, Paulo Arbex, para quem a modernização do setor elétrico brasileiro (SEB) é prioridade no debate sobre energia elétrica. “Este é o desafio da nova década, como levar a termo a necessária modernização do SEB, pós-pandemia, aliado ao crescimento das fontes renováveis, a necessidade de viabilização das PCHs no mercado, a ampliação do mercado livre, entre outros aspectos”, afirma Arbex.

Ao todo, são 1.046 usinas em operação no país, com a possibilidade de instalação de outras 2.013, sem contar com o potencial existente no bioma amazônico, que totaliza outros 108 projetos. De acordo com a Abrapch, cada 1 MW gerado representa mais ou menos mil residências atendidas com energia gerada ao transformar a força da água em energia elétrica.

“Seria a melhor maneira de baratear as tarifas de energia elétrica brasileira. (A ideia seria) Interromper a contratação de térmicas a custos exorbitantes e substituí-las por uma combinação de renováveis (hidrelétricas, biomassa, eólicas e solares) que, além de ter um custo direto muito mais barato, não carregam com si o enorme custo ambiental dos combustíveis fósseis”, explica Arbex.

Atualmente, o potencial da geração de energia não é totalmente aproveitado. “Temos 15.000MW de PCHs aprovadas na Aneel (Agência Nacional de Energia), aguardando licenciamento ambiental e contratação a tarifas factíveis para serem construídas. Acreditamos que a mais barata destas usinas se viabilize a R$250/MWh e a mais cara a R$380/MWh. É uma fração do que se tem pago para as fósseis. Além das inúmeras vantagens apontadas acima, tem também a vantagem da reversibilidade das usinas após uma renovação”, afirma o especialista.

Durante palestra nesta tarde, por vídeo, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, destacou o potencial energético do país e defendeu políticas de geração de energia limpa.

“O Brasil está trilhando dois caminhos pela descarbonização da matriz energética. Primeiro, criando condições de acelerar o investimento em energias sustentáveis e, no segundo aspecto, orientando investimentos em pesquisa e qualificação para fortalecer o surgimento de novas tecnologias e negócios com capacitação de pessoas e incentivo de mais atores que possam agregar nessa discussão que é contínua”, diz Albuquerque.

Dados atuais

Com base em relatórios da Agência Nacional de Energia (Aneel), a Abrapch informa que, apenas na região Sul, existem atualmente 407 PCHs e CGHs em operação, com potencial para outros 828 projetos.

Já na região Sudeste existem 348 pequenas usinas em operação e a possibilidade de instalação de outras 512. No Centro-Oeste estão 182 pequenas usinas geradoras de energia, com potencial para outras 561. No Nordeste estão operando 50 PCHs ou CGHs e 114 locais seriam aptos para instalação. Já na região Norte do país estão em operação 59 usinas, com potencial para outras 108, com baixo impacto ambiental.

Conferência

O tema é debatido na 5ª Conferência Nacional de PCHs e CGHs, evento que reunirá autoridades do setor elétrico brasileiro, especialistas e investidores na área de energias renováveis. O evento é realizado pela Associação Brasileira de PCHs e CGHs (Abrapch), hoje e amanhã, em Curitiba.

Entre os palestrantes estão nomes como o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas de Energia, Paulo César Magalhães Domingues; o deputado federal e relator do novo Código Brasileiro de Energia, Lafayette de Andrada; o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Efrain Pereira da Cruz; e o presidente do BID Energy, Leandro Parizotto.

A programação completa pode ser conferida no site da Abrapch e as inscrições ainda podem ser feitas, mas as vagas são limitadas.

Fonte: Correio Braziliense
Por: Michelle Portela
23.03.2022

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