Para Paulo Arbex, presidente da associação, planejamento projetado para PCHs e CGHs no plano decenal para os próximos 10 anos é “insignificante”

O presidente da Associação Brasileira de PCHs e CGHs (AbraPCH), Paulo Arbex, criticou o planejamento projetado pelo recém-divulgado Plano Decenal de Expansão da Energia (PDE 2031), considerando “insignificante” a projeção de pequenas centrais hidrelétricas e centrais geradoras hidrelétricas nos 10 anos compreendidos pelo plano.

No chamado Cenário de Referência, aquele que considera mais provável que venha a acontecer, a EPE projeta para 2031 um acréscimo de 2,7 mil MW de capacidade em pequenas hidrelétricas,

6,3% de toda a capacidade adicional projetada (42.726 MW). Já as termelétricas a gás, flexíveis e inflexíveis, responderiam por 53% do total (22.624 MW).

Vale destacar que desses 2,7 mil MW projetados em PCHs e CGHs, 2 mil deverão ser contratados compulsoriamente até 2026 nos leilões de energia nova A-5 e A-6, conforme definido no texto da Lei 14.182/2021, a que autorizou a privatização da Eletrobras. A mesma lei determinou a contratação de 8 mil MW em térmicas a gás com 70% de inflexibilidade, exatamente o número que está projetado para este tipo de usina no PDE 2031.

Os estudos da AbraPCH projetam um potencial mapeado de pequenas hidrelétricas no Brasil de 14.596 MW, sendo 13.750 MW em 1.048 PCHs e 846 MW em 213 CGHs. Somente para os próximos três anos a entidade projeta um adicional de 1.876 MW em hidrelétricas de pequeno porte, o que representaria um aumento de 30% sobre a capacidade atual de 6.256 MW.

Para o presidente do conselho de administração da AbraPCH, Pedro Dias, esse esperado impulso à contribuição das pequenas hidrelétricas ao parque gerador do SIN está condicionado à aprovação de um regramento federal que centralize os processos de licenciamento ambiental.

“Enquanto o Brasil ficar preso a regras fragmentadas por estados, os investidores não conseguirão definir ações de mercado que tragam capacidade de geração em prazo compatível com a demanda”, ponderou.

Arbex, que comanda a gestão executiva da entidade, tem uma abordagem mais agressiva. Além de fazer coro com a proposição defendida por Dias, ele avalia que a abordagem do licenciamento ambiental vem perdendo o caráter científico e sendo subordinada a paixões e a outros interesses.

Para o executivo, “a preocupação saudável da população” com as questões ambientais vem sendo manipulada, acabando por favorecer a interesses incompatíveis com essas preocupações, como os da indústria de hidrocarbonetos.

Segundo a avaliação de Arbex, se a contratação das usinas inflexíveis a gás se concretizar conforme previsto na Lei 14.182, rapidamente o país enfrentará uma superoferta de energia, sendo obrigado a verter água que geraria energia barata pela obrigação de consumir a geração dessas térmicas muito mais caras.

Fonte: Brasil Energia

10.02.2022

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