Agência Internacional de Energia estimula construção de hidrelétricas


Agência defende que o investimento como forma de permitir a redução no volume de emissões de gases causadores do efeito estufa

Enquanto o Brasil vive a maior crise hídrica dos últimos 91 anos, a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) defendeu que países voltem a investir em usinas hidrelétricas como forma de permitir a redução no volume de emissões de gases causadores do efeito estufa.

Em relatório divulgado nesta quarta-feira, a IEA espera que a capacidade de geração hídrica tenha aumento de 17% até 2030, impulsionada por países como a China, que acaba de inaugurar a segunda maior usina do mundo, Índia, Turquia e Etiópia.

Apesar da alta, o número é menor que o avanço de 25% registrado na década anterior. Segundo a IEA, a previsão é que a China responda por 42% do crescimento de capacidade hidrelétrica no mundo até 2030. Índia, Indonésia, Paquistão, Vietnã e Brasil vão responder por outros 21%.

Maior produtor de eletricidade do mundo a partir de hidrelétricas, o Brasil, que produz 60% da energia através das águas, terá participação tímida nesta década, aponta a agência.

A expectativa é que o aumento de capacidade, que será centrado em pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), seja 92% menor que na década passada, quando foram inauguradas usinas na região Norte como Belo Monte, Jirau e Santo Antônio.

A IEA cita redução de locais economicamente viáveis para abrigar novas usinas, necessidade de diversificação de fontes e preocupações ambientais.

O Brasil passa pela mais grave crise hídrica dos últimos 91 anos, o que tem levado a preocupações de um possível racionamento de energia em meio ao aumento dos preços.

Desde 2001, quando o Brasil foi forçado ao racionamento, o país vem diversificando suas fontes de geração, com maior investimento em termelétricas e fontes renováveis como solar e eólica, para reduzir a dependência das hidrelétricas.

“A energia hidrelétrica é o gigante esquecido da eletricidade limpa e precisa ser colocada de volta na agenda energética e climática se os países levarem a sério o cumprimento de suas metas de emissão zero”, disse Fatih Birol, diretor-executivo da agência.

Ele continua: “As hidrelétricas trazem escala e flexibilidade para ajudar os sistemas elétricos a se ajustarem rapidamente às mudanças na demanda e para compensar as flutuações na oferta de outras fontes”.

Na última semana, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, também defendeu a volta dos investimentos de usinas hidrelétricas como forma de aumentar a segurança energética.

Fontes como eólica e solar, apesar de importantes, não trazem, segundo especialistas, segurança energética por não gerarem energia todo o tempo.

Polêmicas, as usinas hidrelétricas vêm enfrentando forte resistência ambiental na última década em especial em países como o Brasil.

Cerca de metade do potencial economicamente viável da energia hidrelétrica em todo o mundo é inexplorada hoje, diz a agência.

Em países em desenvolvimento, esse número chega a quase 60%. No ano passado, disse a agência, a energia hidrelétrica respondeu por um sexto da eletricidade.

Até 2030, a agência estima investimentos de US 127 bilhões em modernização de usinas hidrelétricas, abaixo dos US$ 300 bilhões necessários.

Fonte: Valor Econômico
Imagem: Época Negócios

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2021/06/30/agncia-internacional-de-energia-estimula-construo-de-hidreltricas.ghtml

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