Presidente da estatal disse que setor elétrico conquistou avanços importantes no Congresso em outras pautas relevantes, o que sinaliza ambiente propício ao avanço do processo

Por Letícia Fucuchima

O presidente da Eletrobras, Rodrigo Limp, disse nesta terça-feira ter uma expectativa positiva em relação à tramitação da Medida Provisória (MP) 1.031/2021, que permite a privatização da estatal.

Em evento promovido pelo BTG Pactual, o executivo destacou que o setor elétrico conquistou avanços importantes no Congresso em outras pautas relevantes, como a resolução do impasse no risco hidrológico (GSF, na sigla em inglês) e a aprovação da Nova Lei do Gás, o que sinaliza um ambiente propício ao avanço do processo da Eletrobras.

A MP 1.031 foi aprovada pela Câmara na semana passada, com um quórum de 313 votos favoráveis, e ainda precisa passar pelo Senado. O texto precisa ser aprovado até 22 de junho para não caducar.

Limp defendeu que a estatal precisa ser capitalizada para aumentar sua capacidade de investimentos, permitindo que ela assuma o protagonismo dos investimentos em geração e transmissão de energia, suas duas áreas de atuação. “Quando a gente olha o plano decenal do Ministério de Minas e Energia, com os investimentos previstos no setor elétrico, só em geração e transmissão são R$ 365 bilhões em 10 anos. Para que a Eletrobras seja protagonista, ela precisa aumentar sua capacidade de investimentos”.

O executivo destacou ainda que, após um longo processo de reestruturação, a Eletrobras já está se preparando para a capitalização. Ele lembrou que o plano estratégico da companhia até 2035 inclui dois cenários de investimentos, com e sem a capitalização. Com o aumento de capital, a expectativa é de investimentos da ordem de R$ 200 bilhões, cerca de R$ 13 bilhões por ano. No cenário sem capitalização, o valor cai para menos da metade, apontou Limp.

Limp afirmou que a estatal pretende reforçar sua área de comercialização de energia e estuda desenvolver novos empreendimentos destinados tanto ao mercado livre de energia quanto ao mercado regulado, através da participação em leilões.

O presidente da Eletrobras destacou que a companhia tem o desafio de se preparar para o “novo ambiente” do setor elétrico, que caminha para uma descentralização dos projetos e para maior participação do ambiente de contratação livre (ACL) frente ao ambiente regulado.

Outro desafio da Eletrobras, segundo Limp, é a conclusão da usina nuclear de Angra 3, que tem início das operações previsto para 2026. Hoje, há um edital aberto para a contratação de obras civis e montagem eletromecânica para o empreendimento, como parte dos esforços para acelerar a construção.

Fonte:
Valor Econômico

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