Taxa de emissão de carbono de US$ 8 por tonelada pode fazer ‘milagres’ no Brasil, diz Levy


Aumento do preço médio global das taxas tem potencial para criar oportunidades, especialmente para a Amazônia, apontou ex-ministro

O aumento do preço médio global das taxas por emissão de carbono pode criar muitas oportunidades para o Brasil, especialmente para a Amazônia, apontou o ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy durante debate virtual organizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) nesta segunda-feira.

O tema voltou à tona após a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, defender na semana passada a criação de um piso internacional para taxar a emissão de carbono. De acordo com Georgieva, o preço médio global da taxação por tonelada emitida deveria subir dos atuais US$ 2 para US$ 75.

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“Com US$ 8 ou US$ 10 se faria milagre no Brasil, com a criação de milhares de oportunidades, inclusive, na Amazônia, onde há tantas questões sobre o modelo de desenvolvimento. Com um preço relativamente baixo [de taxas de emissão], o Brasil já consegue fazer muita coisa”, disse.

Durante o debate, Levy defendeu também que os créditos de descarbonização gerados com a venda de biocombustíveis no programa RenovaBio, conhecidos como CBios, sejam transformados em créditos que possam ser vendidos no mercado internacional.

Ele lembrou que o Brasil tem potencial para se beneficiar da alta liquidez global para atrair investimentos em energias renováveis e afirmou que o país não necessariamente precisa de muitos subsídios para conseguir reduzir emissões, mas sim de “orientação”.

“Não há razão para faltar dinheiro no Brasil, dada a competitividade da maior parte das iniciativas. Quantas multinacionais de energia já não estão investindo em renováveis no Brasil? As finanças acompanham os bons projetos”, disse.

Para Levy, a eletrificação da frota de caminhões e ônibus e o desenvolvimento de células a combustível baseadas em biocombustíveis podem ser alternativas para a redução das emissões no Brasil. Além disso, segundo ele, é necessário cortar emissões no saneamento.

“O fato de o país não ter evoluído muito nos últimos 30 anos no saneamento, quer seja na questão de resíduos sólidos ou de esgoto, leva a uma contribuição exageradamente alta desse setor [nas emissões]. Além do marco regulatório [do saneamento], vão ser necessárias exigências e talvez até encontrar novas formas de financiamento. O avanço na regulaç

Também presente ao evento, a superintendente da área de energia do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carla Primavera, lembrou que a pandemia de covid-19 despertou a consciência das empresas privadas para os investimentos no desenvolvimento sustentável.

Segundo ela, nesse contexto o setor de energia elétrica traz oportunidades para atração de investimento, dada a estabilidade da regulação do setor no país e o baixo risco.

“O Brasil tem amadurecimento suficiente inclusive para investimentos em novas tecnologias. Existe um caminho de oportunidades, por exemplo, para projetos híbridos [que combinam mais de uma fonte de geração de energia]. Em breve, o BNDES vai anunciar o apoio a um primeiro projeto desse tipo”, disse.

Fonte
Valor Econômico

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