da Agência CanalEnergia
O mês de maio deverá ser marcado por temperaturas e vazões próximas ao normal em grande parte do país. A exceção continua com o Sul do país. Mesmo com essas condições, a previsão do Operador Nacional do Sistema Elétrico é de queda de 8,3% na carga do Sistema Interligado Nacional após um mês de abril com retração de 12,4%. O motivo é a pandemia decorrente do coronavírus que vem derrubando a demanda de energia.
O destaque continua a ser o Sudeste/Centro-Oeste, com uma projeção inicial de queda de 9,3% ante o mesmo período de 2019. No Norte a expectativa é de retração de 8,1%, no Nordeste de 7,9% e no Sul está em 5,3%. Se confirmado o índice ao final de maio representará uma carga de 61.422 MW médios. Esse a é a primeira versão do Programa Mensal de Operação que considera a revisão quadrimestral que aponta retração de 0,9% na carga e que foi divulgada no final de março.
Um dos destaques apresentados pelo ONS está em relação à Bacia do São Francisco, a única que apresentou anomalias positivas quanto a precipitações. Com isso, há a expectativa de que o reservatório da UHE Sobradinho, que anos atrás chegou a quase zerar, ficar totalmente cheio. No Sul, por sua vez, a estimativa é de continuidade do cenário de seca. Inclusive, destaca que a UHE Machadinho deverá zerar o nível de armazenamento ao continuar as condições de estiagem vividas pela região.
A projeção de energia natural afluente para maio segue a curva vista em abril. No Norte está o maior volume com 122% da média de longo termo, seguido pelo SE/CO com 88%, depois do NE com 79% e o Sul com 19% da MLT. No NE a tendência é de retomada da geração eólica, aponta o operador.
O comportamento no nível de armazenamento esperado para o final de maio continua ser de aumento em quase todo o pais. No sul a curva continua a ser negativa, reflexo dessa escassez de chuvas. De um volume de 17% registrado nessa sexta-feira, 24 de abril, a estimativa é de queda de 1 ponto porcentual em 31 de maio. Segundo cálculos do operador revelados na reunião do PMO, transmitida via internet, o volume dos reservatórios estariam 1,6 p.p menores se não houvesse a importação de energia e a geração térmica por lá.
O cenário do Sul é o pior em todo o histórico do país. Em todos os outros a situação é a melhor nos últimos cinco anos. No fechamento de maio a expectativa é de encerrar em 58,1% no SE/CO, 83% no Norte e de 89,3% no Nordeste.
Com isso, o cenário aponta para um custo marginal de operação zerado ou quase zerado em todos os patamares de carga. Para essa semana segue o que foi visto ao longo dos das últimas semanas nesse mesmo valor.
A estimativa de despacho térmico é de 5.902 MW médios, a maior parte por conta da inflexibilidade declarada de térmicas no Sudeste, com 3.858 MW médios, levando essa linha ao total de 5.377 MW médios. Há ainda 350 MW médios por restrição elétrica e outros 175 MW médios por ordem de mérito.
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