Brasil entra no período seco em melhores condições, aponta ONS

A perspectiva do Operador Nacional do Sistema Elétrico é de que o país inicie o período seco em condições levemente melhores que as verificadas 12 meses atrás. Essa estimativa ocorre mesmo com a restrição verificada no polo 1 do bipolo 1 do Linhão do Madeira no início do ano e que levou à perda de 0,5% no nível do armazenamento dos reservatórios do Sudeste.
 
O nível verificado no maior submercado do país em 23 de abril era de 44,4%, mesmo volume do início do período seco de 2018. A tendência é de que seja verificado um aumento do nível ao longo dos próximos dias, o que levaria ao incremento para este ano. O destaque dado pelo operador na reunião do Programa Mensal de Operação para maio, é que as cabeceiras estão mais cheias que em 2018.
 
O atual nível de vazões no Norte deverá maximizar a geração naquela região ao máximo possível. A estimativa, por exemplo, é que a UHE Tucuruí (PA, 8.340 MW) continuará vertendo até a segunda quinzena de maio. No ano passado essa situação permaneceu até 15 de maio. A geração das usinas do Madeira, de Teles Pires, Belo Monte e a própria Tucuruí ajudam na recuperação dos reservatórios do Sudeste. Assim que cessar o excedente energético do Norte é que deveremos ver o início do deplecionamento no Sudeste e essa velocidade dependerá do comportamento das vazões na região Sul.
 
À exceção do NE, todas as regiões estão com as previsões iniciais de energia natural afluente próximas à média de longo termo. Segundo a expectativa do operador é de que no SE/CO fique em 95% da MLT, no Sul em 103%, no NE com 55% e no Norte com 102% da média histórica.
 
Os armazenamentos iniciais considerados para o PMO de maio são de 44,6% no SE/CO, de 41,6% no Sul, no NE é de 57,3% e o maior nível está no Norte com 70,7% da capacidade de acumulação de água em reservatórios. A previsão para o final de maio por sua vez é de volume em 48,7% no SE/CO, 58,6% no Sul, o NE com 57,8% e o Norte com 73,8% no fechamento do próximo mês.
 
A previsão da meteorologia para o trimestre de maio a julho é de que a região Sul do país, que entra no período úmido deverá verificar chuvas próximo à média histórica ou um pouco acima desse volume. Isso porque os modelos verificam uma redução da intensidade do El Niño que já é fraco em função do menor aquecimento acima média no Pacífico para o trimestre seguinte.
 
A previsão inicial de carga para o SIN no mês de maio é de um crescimento de 4,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Se essa previsão se confirmar serão 66.744 MW médios. Em todos os submercados são esperados aumentos de consumo. O maior deles no NE com 6,3%, seguido de perto do Sul com 5,3%, detalhe que a demanda nessas duas regiões está bem próxima, em 11.169 MW médios e 11.304 MW médios, respectivamente. No SE/CO a expansão é estimada em 4,1% e no Norte em 2,6%.
 
Com isso, o Custo Marginal de Operação médio para a primeira semana de maio mantém o sinal do mês passado com valor zerado no Norte e no NE e equacionado no Sul e no SE/CO em R$ 136,69/MWh, reflexo da carga pesada em R$ 141,72/MWh, a média a 139,03/MWh e a leve a R$ 133,35/MWh.
 
O despacho térmico programado para a semana de 27 de abril a 3 de maio é de 4.282 MW médios, sendo que o maior volume é de térmicas inflexíveis com 2.726 MW médios, são 1.208 MW médios dentro da ordem de mérito e mais 348 MW médios por restrição elétrica.

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