Ex-secretário-executivo do MME é cotado para ser titular da pasta

O presidente eleito Jair Bolsonaro encerrou ontem o périplo de três dias em Brasília com um terço de seu futuro ministério confirmado, e o encaminhamento das indicações para as pastas de Minas e Energia e Meio Ambiente. Outra prioridade é a definição do futuro ministro de Relações Exteriores, a pedido da nova titular de Agricultura, deputada Tereza Cristina (DEM-MS).

Ontem o general Oswaldo de Jesus Ferreira, cotado para assumir o Ministério da Infraestrutura, chegou para uma reunião do gabinete de transição para discutir privatizações acompanhado do ex-secretário-executivo de Minas e Energia Paulo Pedrosa.

Com a manutenção da pasta de Minas e Energia – que seria incorporada à de Infraestrutura -, o nome de Pedrosa despontou como cotado para o posto. "Já está mais acertado que a parte de Minas e Energia vai ficar em um ministério separado", disse Ferreira ao chegar à reunião com Paulo Guedes, futuro ministro da Economia.

O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, sugeriu a Paulo Guedes o nome de Pedrosa para comandar o setor no governo Bolsonaro, mas o presidente eleito ainda não bateu o martelo sobre o tema.

Pedrosa está afinado com a equipe de Bolsonaro: ele e o ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Luiz Augusto Barroso, conversaram algumas vezes com Luciano de Castro, principal nome responsável pelo programa de energia do futuro governo.

Além disso, Pedrosa tem a simpatia do mercado, com quem mantém boa interlocução: na gestão de Fernando Coelho Filho, Pedrosa encaminhou uma reestruturação do setor elétrico, foi um dos artífices da proposta de privatização da Eletrobras, foi diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Outro nome que despontou ontem, na esteira da indicação de Tereza Cristina para a Agricultura, foi o de Evaristo de Mirada, pesquisador e chefe da Embrapa Territórios, de Campinas (SP). Ele é o principal cotado para o Ministério do Meio Ambiente, com o qual Tereza Cristina quer trabalhar em sintonia fina.

Referendada pela frente parlamentar do agronegócio, Tereza Cristina recomendou a Bolsonaro que mantivesse a pasta do Meio Ambiente, sugerindo apenas o enxugamento de sua estrutura e a otimização dos trabalhos. Originalmente, a pasta seria incorporada à de Agricultura.

Muito ligado ao agronegócio e nome de preferência do setor – e por isso, trabalharia alinhado com Tereza -, Evaristo já foi inclusive sondado pela equipe de transição de Bolsonaro, mas ficou de consultar a família e dar a resposta ao interlocutor até o início da próxima semana.

Ele também é reconhecido pelos estudos nas áreas de ecologia e georreferenciamento de dados. Nos últimos anos, o nome de Evaristo vem sendo constantemente lembrado por parlamentares do segmento agropecuário para cargos em órgãos ambientais de governo.

Também ontem, na primeira conversa com Bolsonaro, após a confirmação de seu nome para o comando da Agricultura, Tereza argumentou que terá de atuar alinhada com o Ministério das Relações Exteriores, devido, entre outros assuntos, ao elevado volume de exportação do agronegócio brasileiro, e ao esforço para abrir – ou reabrir – mercados no exterior.

Segundo relatos de um interlocutor da ministra, ela ouviu de Bolsonaro que o próximo nome a ser anunciado de sua equipe será o do futuro chanceler.

O Valor revelou que nome do embaixador aposentado José Alfredo Graça Lima, ex-chefe da missão brasileira junto à União Europeia, é fortemente cotado para a vaga de chanceler. Também correm por fora os nomes de Maria Nazareth Farani (chefe de missão brasileira em Genebra), Roberto Abdenur (ex-embaixador em Washington e já aposentado), Pedro Brêtas (embaixador no Canadá) e Ernesto Araújo (diretor do departamento de EUA). Além do crivo de Bolsonaro e dos três filhos, Eduardo (deputado federal), Flávio (senador) e Carlos (vereador), os nomes da futura equipe também passam pelo filtro do general Augusto Heleno, que assumirá o Gabinete de Segurança Institucional (GSI). (Colaborou Cristiano Zaia).

 

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Fonte: Valor Econômico.

 

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