O ONS completa 20 anos de pura energia em agosto de 2018. Desde sua criação, podem-se destacar marcos memoráveis que contam não somente sua história, mas que também representam toda a evolução do Setor Elétrico Brasileiro e a expansão do Sistema Interligado Nacional. De avanços tecnológicos a mudanças regulatórias, a trajetória do Operador Nacional do Sistema Elétrico é recheada de eventos e profissionais que o ajudaram a consolidar sua missão institucional de garantir o suprimento de energia elétrica no país, com qualidade, buscando o equilíbrio entre segurança e custo global da operação.
O início foi um tanto quanto conturbado. Um apagão logo no primeiro ano de vida e a crise do racionamento energético em 2001 trouxeram grandes desafios para o Operador, mas também importantes lições aprendidas que certamente contribuíram para o desenvolvimento de excelência téeacute;cnica que a organização possui hoje.
Superadas as dificuldades do início de sua operação, sob a direção de Mário Santos, o ONS foi ganhando força e confiança e estruturando-se como organização através do aperfeiçoamento de seu sistema de gestão. Além disso, em 2004, mudanças na legislação do setor resultaram na aprovação de um novo estatuto para o ONS, homologado por meio da Resolução Autorizativa nº328 da Aneel. Os grandes ganhos oriundos do novo regimento foram a maior autonomia e independência do Operador na condução da operação do sistema e a ampliação da representatividade do setor no seu Conselho de Administração.
No que tange à expansão de seus limites geográficos de atuação, podem-se destacar três importantes marcos na história do ONS. Em 2007, a organização assumiu integralmente o comando da operação do sistema elétrico do país, exceto dos sistemas isolados, a partir de centros de controle próprios. No âmbito das relações externas, no ano seguinte, o Operador obteve sua consolidação internacional ao sediar a 5ª Reunião Anual dos VLPGO (hoje, GO15) e eleger para a presidência do grupo o então diretor geral do ONS, Hermes Chipp. Com início em 2012 e conclusão em 2015, a integração dos sistemas de Manaus e Macapá ao SIN significou a inclusão de todas as capitais do país ao sistema interligado, à exceção de Boa Vista, e a expansão da operação do ONS à quase todo o território nacional.
A aprovação definitiva dos Procedimentos de Rede pelo regulador em 2009 foi mais uma importante conquista do ONS para a comprovação de sua excelência técnica. Além disso, os Procedimentos de Rede permitem que o Operador e as entidades envolvidas na operação possam exercer plenamente as atribuições que lhe são conferidas.
Quanto aos desafios técnicos e avanços tecnológicos do Operador, alguns casos merecem atenção especial por toda a complexidade envolvida e benefícios adquiridos. O desafio de estruturar a integração das linhas de corrente contínua das usinas do Madeira ao SIN deixou como principal legado a instalação de um sofisticado sistema de simulação em tempo real, o RTDS, uma importante ferramenta da organização até os dias de hoje. Atualmente, o RTDS é utilizado para os estudos de integração do segundo bipolo de Belo Monte. Um marco definidor em termos de supervisão e controle da operação é o projeto REGER instituído em 2001. O projeto, que estabelece uma rede de gerenciamento de energia, permite que a operação de um centro possa ser assumida por outro sem prejuízo para os sistemas. Possibilitando, assim, que o ONS alcançasse uma posição de vanguarda tecnológica e obtivesse mais segurança para a tomada de decisões. O projeto REGER- fase 2 deve ser concluído e implantado até o fim de 2018.
Um grande marco institucional na trajetória do ONS foi a mudança para instalações próprias em 2013. Antes, sediados em Furnas, Chesf e Eletrosul, os centros regionais e escritórios ganharam suas próprias sedes no Rio de Janeiro, Recife e Florianópolis, respectivamente. Melhores condições maalguns dos benefícios da mudança.
Já os grandes eventos esportivos realizados no país nos últimos anos movimentaram não somente atletas, turistas e cidadãos brasileiros, mas também os times do ONS. A Copa do Mundo em 2014 demandou uma estratégia especial para a preparação e operação do Sistema Elétrico Brasileiro antes e durante o Mundial. Com as Olimpíadas Rio 2016 não foi diferente. O operador criou uma operação para garantir o suprimento de energia elétrica ao Rio de Janeiro e às cidades que sediaram jogos de futebol. Esse ano, a organização, mais uma vez, bateu um bolão com a operação especial montada para a Copa da Rússia. Tendo que operar um sistema em que a carga cai durante o jogo e aumenta repentinamente no intervalo e no término, o time do ONS demonstrou mais uma vez toda sua competência técnica e não registou nenhuma ocorrência durante o evento. Que venha a Copa América em 2019. Estamos prontos!
Um grande avanço em relação à transparência, um dos principais valores institucionais na gestão de Luiz Eduardo Barata Ferreira, foi o lançamento do novo site público do ONS em agosto de 2017. Com foco no público leigo, o site disponibiliza informações em tempo real, o histórico da operação, um acervo digital, entre outros conteúdos. O estreitamento de relações com a imprensa, um dos principais canais de comunicação com a sociedade, é mais uma ação realizada a fim de levar a todos informações sobre o SIN. A nova promessa para que a transparência seja percebida em todos os relacionamentos do Operador é o lançamento de um portal de relacionamento com os agentes em dezembro de 2018. O novo ambiente possibilitará a troca de informações de maneira muito mais segura, eficaz, integrada e, claro, transparente.
No que diz respeito à inovação, outro valor organizacional, um marco que merece destaque é a criação, em 2017, do Plano Diretor de Desenvolvimento Tecnológico (PDDT), um portfólio de projetos tecnológicos, fruto do Seminário de Prospecção Tecnológica do ONS (SPTO), em que especialistas internacionais e técnicos da casa apresentaram suas visões sobre os desafios das mudanças no setor. A implementação de projetos como a “Operação Sombra" em abril de 2018, que divulga o CMO em base semi-horária, e o programa piloto de Resposta da Demanda, que teve seu primeiro contrato celebrado em maio, representam também ações inovadoras do ONS frente a um setor em constante transformação.
A recente reestruturação da instituição e a revisão do Planejamento Estratégico são outras mudanças organizacionais que denotam os esforços feitos para tornar o ONS uma instituição mais integrada e focada em resultados que a permitam atender aos requisitos emergentes da crescente complexidade operativa do SIN. Sendo assim, celebramos mais esse ciclo com a certeza de que o ONS caminha no rumo certo para tornar-se protagonista na evolução do Setor Elétrico Brasileiro.
Por fim, agradecemos a todos que fizeram parte dessa trajetória e convidamos para que a partir da integração, transparência e inovação possamos construir os próximos 20 anos.
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