Novo estudo mede avanços no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 7, que avalia temas como fontes renováveis e acesso a eletricidade.
O documento destaca que ainda falta aumentar o uso de energias renováveis para transporte e aquecimento. Ambos os setores respondem por 80% do consumo em todo o mundo.
Nesse indicador, o Brasil se destacou nos últimos anos. Foi o único país, entre os 20 maiores consumidores de energia, que ultrapassou consideravelmente a média global do uso de renováveis em todas as utilizações: eletricidade, transportes e aquecimento.
Um relatório lançado por Banco Mundial, Organização Mundial da Saúde (OMS), a Divisão de Estatística das Nações Unidas e outros parceiros mostra o quanto falta para cumprir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 7, relacionado à energia.
A boa notícia do estudo, apresentado em Lisboa, no início de maio, é que algumas áreas estão fazendo progressos reais. Duas delas são a expansão do acesso a eletricidade e o aumento de eficiência energética na indústria.
África
O documento analisa as quatro principais áreas do Objetivo, ou ODS, 7: acesso a eletricidade, combustíveis limpos para cozinhar, eficiência energética e energia renovável.
O número de pessoas que têm acesso a eletricidade aumentou a partir de 2010, mas precisa evoluir mais rapidamente para alcançar a universalização. Hoje, 1 bilhão de pessoas vivem sem esse serviço. E, se o ritmo atual de crescimento continuar, 674 milhões ainda estarão no escuro em 2030.
Na África, pela primeira vez, o acesso está crescendo mais depressa do que a população. Nesse quesito, destacam-se Etiópia, Quênia e Tanzânia, que aumentaram os níveis de acesso em pelo menos 3% ao ano entre 2010 e 2016.
Biomassa
Já o país que mais aumentou o acesso em números absolutos fica fora da África. Trata-se da Índia, que forneceu eletricidade a 30 milhões de pessoas nesse período.
O indicador com menos melhorias foi o de uso de combustíveis limpos para cozinhar, algo que traz impactos importantes para a saúde.
Três bilhões de pessoas, ou mais de 40% da população global, ainda preparam seus alimentos em fogões precários abastecidos com lenha e outros tipos de biomassa. O número deve cair para 2,3 bilhões se a atual trajetória de acesso se mantiver.
Índia, Paquistão, Indonésia e Vietnã são os países que mais avançaram nesse aspecto, mas resta muito a ser feito. Segundo o relatório, é preciso melhorar a tecnologia dos fogões limpos e dar aos consumidores pobres condições de adquiri-los.
Utilização
No quesito eficiência energética, um dado chama a atenção: de 2010 a 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) global aumentou quase duas vezes mais do que o abastecimento de energia primária. Isso mostra uma dissociação entre crescimento econômico e utilização de energia.
A indústria puxou esse avanço, o que é muito importante, pois se trata do setor com maior consumo de energia em nível mundial. Já o progresso em setores como o de transportes, em particular o de frete, foi bem mais modesto.
Finalmente, o novo estudo discute o tema das fontes renováveis, que correspondem a 17,5% da utilização de energia global.
Brasil
O maior progresso se deu no setor de eletricidade. Agora, falta aumentar o uso de energias renováveis para transporte e aquecimento. Ambos os setores respondem por 80% do consumo em todo o mundo.
Nesse indicador, o Brasil se destacou nos últimos anos. Foi o único país, entre os 20 maiores consumidores de energia, que ultrapassou consideravelmente a média global do uso de renováveis em todas as utilizações: eletricidade, transportes e aquecimento.
(Apresentação: Mariana Ceratti, do Banco Mundial em Washington, para a ONU News)
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Fonte: Nações Unidas.
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