O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) apontou, em sua reunião realizada nesta quinta-feira (5/4), que entraram em operação comercial 369 MW de capacidade instalada de geração no mês de março. Em relação à transmissão, entraram em operação 536 km de linhas de transmissão e conexões de usinas na Rede Básica e 1.110 MVA de transformação na Rede Básica. Assim, a expansão do sistema no ano 2018, até o mês de março, totalizou 1.366 MW de capacidade instalada de geração, 1.366 km de linhas de transmissão de Rede Básica e conexões de usinas e 4.431 MVA de transformação na Rede Básica.
O risco de qualquer déficit de energia em 2018 é igual a 0,1% e 0,0%[1] para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste, respectivamente, considerando a configuração do sistema do PMO de abril de 2018.
Confira a nota completa do CMSE:
Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE)
Nota Informativa – 5 de abril de 2018
O CMSE esteve reunido nesta quinta-feira, 5 de abril de 2018, com o objetivo de analisar as condições de suprimento eletroenergético em todo o território nacional, e divulga, de forma preliminar, os principais pontos tratados pelo colegiado:
Resultados do GT Regulamentação e Procedimentos de Distribuição: A Secretaria de Energia Elétrica – SEE/MME apresentou os resultados do Grupo de Trabalho – GT criado pelo CMSE em sua 135ª reunião, com o objetivo de avaliar a regulamentação e os procedimentos de distribuição e propor melhorias e adequações. Dentre as melhorias já implantadas desde a criação do GT destacou-se que foram tornadas determinativas as obras de distribuição associadas às expansões da rede básica, das demais instalações de transmissão e expansão no sistema de distribuição quando definidas pelo planejamento setorial. Também foram destacadas a realização de discussão prévia aos leilões de transmissão da concatenação das datas das obras de distribuição com os empreendimentos a serem licitados, a análise das informações contratuais da distribuição durante os estudos de expansão da transmissão, visando melhorar o processo de planejamento da transmissão, dentre outras. O CMSE aprovou o relatório final do GT.
Ocorrência no Sistema Interligado Nacional às 15h48min no dia 21/03/2018: O ONS informou as conclusões já obtidas no processo de análise da ocorrência que desligou grande parte das cargas das regiões Norte e Nordeste do país. O desligamento teve origem em atuação indevida da proteção de disjuntor associado ao barramento de 500 kV da SE Xingu, que ocasionou o desligamento do Bipolo HVDC 800 kV Xingu – Estreito. O evento foi agravado devido à não atuação do sistema especial de proteção que tem o objetivo de manter a segurança sistêmica, após a perda do Bipolo, e também devido a desligamentos de unidades geradoras na região Nordeste. Com isso, houve desligamento de cargas das regiões Norte e Nordeste, e também cortes de carga controlados nos demais subsistemas do SIN, totalizando 21.700 MW. Já foram tomadas medidas corretivas na subestação de Xingu e no sistema de proteção associado ao Bipolo HVDC 800 kV Xingu – Estreito. As análises continuam em andamento e em breve o Relatório de Análise da Perturbação será concluído.
Expansão da Geração e Transmissão: A SEE/MME relatou que, em março de 2018, entraram em operação comercial 369 MW de capacidade instalada de geração, com destaque para a unidade geradora – UG3 da UHE São Manoel, com 175 MW, localizada no rio Teles Pires. Em relação à transmissão, entraram em operação 536 km de linhas de transmissão e conexões de usinas na Rede Básica e 1.110 MVA de transformação na Rede Básica, com destaque para a linha de transmissão – LT 500 kV Quixadá / Açú, com 241 km de extensão, e a LT 230 kV Gilbués / Bom Jesus II / Eliseu Martins, com 295 km de extensão, que reforçam a malha de transmissão de atendimento à região Nordeste. Assim, a expansão do sistema no ano 2018, até o mês de março, totalizou 1.366 MW de capacidade instalada de geração, 1.366 km de linhas de transmissão de Rede Básica e conexões de usinas e 4.431 MVA de transformação na Rede Básica.
Condições Hidrometeorológicas e Energia Armazenada: O ONS apresentou que, no mês de março de 2018, o avanço regular de frentes frias pela região Sul ocasionou totais elevados de precipitação nas bacias dos rios Jacuí, Uruguai, Iguaçu e Paranapanema, fechando o mês com valores superiores à média. Destaca-se que nesse mês o trecho entre as usinas hidrelétricas – UHE Três Marias e Sobradinho apresentou anomalia positiva de precipitação, devido à ocorrência de valores elevados de chuva na primeira quinzena. Nas demais bacias hidrográficas de interesse do SIN a chuva ficou abaixo da média histórica. Em termos de Energia Natural Afluente – ENA bruta, foram verificados no mês de março os valores de 88% no Sudeste/Centro-Oeste, 95% no Sul, 54% no Nordeste e 101% no Norte, referenciados às respectivas médias de longo termo – MLT.
A ENA das bacias dos rios Grande, Paranaíba, São Francisco e Tocantins, que juntos concentram cerca de 80% da capacidade de armazenamento do Sistema Interligado Nacional – SIN, no mês de março de 2018 se configuraram como o 11º pior, 15º pior, 13º pior e 38º melhor valor do histórico, respectivamente.
A Energia Armazenada – EAR verificada ao final do mês de março de 2018 foi de 42,3%, 68,7%, 36,6% e 65,9% nos reservatórios equivalentes dos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente, referenciados às respectivas EAR máximas. Os valores esperados de armazenamentos equivalentes ao final do mês de abril de 2018 são: 46,2% no Sudeste/Centro-Oeste, 84,3% no Sul, 42,3% no Nordeste e 68,8% no Norte.
O ONS destacou que, referente à última reunião do Grupo de Trabalho MCTIC/MME sobre Previsão Estendida, o fenômeno de "La Niña", em curso, encontra-se em processo de enfraquecimento.
Nos próximos sete dias esperam-se precipitações de intensidade fraca nas bacias dos rios São Francisco, Paranaíba, Doce, Tocantins, Xingu e Madeira. Nas bacias dos rios Grande, Tietê, Paranapanema, Itaipu, Iguaçu, Uruguai e Jacuí há previsão de chuva predominantemente inferior à média histórica. As temperaturas nos principais centros urbanos da Região Sudeste estarão próximas à média.
O cenário mais provável de previsão para a segunda semana é de precipitação inferior à média nas bacias hidrográficas das regiões Sudeste e Centro-Oeste, o que poderá sinalizar o encerramento da estação chuvosa. No rio Madeira, assim como nas bacias da Região Sul, as precipitações serão próximas ou levemente inferiores aos valores médios históricos.
O CMSE destacou que está garantido o suprimento eletroenergético do SIN, despachando o parque térmico conforme ordem de mérito de custo, e que permanecerá acompanhando atentamente a evolução das condições de atendimento ao longo da estação chuvosa de 2018.
Análise de Risco: O risco de qualquer déficit de energia em 2018 é igual a 0,1% e 0,0%[1] para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste, respectivamente, considerando a configuração do sistema do PMO de abril de 2018.
Operação Hidráulica do Rio São Francisco: O ONS informou que a expectativa de armazenamento ao final do mês de abril de 2018 é de 50,2% na UHE Três Marias e de 42,0% na UHE Sobradinho, o que indica nível de armazenamento melhor que no ano 2017. Permanece a política operativa hidráulica de defluências mínimas na cascata do rio São Francisco, com vistas à preservação dos estoques armazenados. Como resultado das ações desenvolvidas no âmbito do Grupo de Acompanhamento da Operação dos Reservatórios do Rio São Francisco, coordenado pela ANA, será possível manter todas as usinas hidrelétricas – UHEs acima de seus armazenamentos mínimos operacionais até o final do período úmido em abril de 2018.
O CMSE, na sua competência legal, continuará monitorando, de forma permanente, as condições de abastecimento e o atendimento ao mercado de energia elétrica do País. As definições finais sobre a reunião do CMSE de hoje serão consolidadas em ata devidamente aprovada por todos os participantes do colegiado e divulgada conforme o regimento.
Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico
[1] Estes resultados são obtidos nas simulações do modelo Newave utilizando séries sintéticas, com tendência hidrológica, considerando em seus parâmetros que não há racionamento preventivo, térmicas por mérito e um patamar de déficit. Para séries históricas, o valor do risco de qualquer déficit é igual a 0,0%, para os subsistemas SE/CO e NE, no ano 2018.
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