Com nova regra, tarifa de energia deverá subir 3,3% em novembro

aumento nos valores das bandeiras tarifáriasanunciado nesta terça-feira (24) pela Aneel (agência reguladora do setor elétrico) terá um impacto pequeno para o consumidor final. Na média, o aumento na conta de luz do brasileiro será de 3,3% em novembro, segundo a consultoria TR Soluções.

O cálculo foi feito com base na tarifa média do país, pois o valor varia em cada Estado e em relação ao nível de tensão de cada consumidor. Em São Paulo, por exemplo, onde a tarifa é mais baixa, o impacto será de 3,6%.

A Aneel alterou os valores cobrados por bandeira: a amarela ficou 50% mais barata e a vermelha 2 –que está em vigor neste momento– aumentou 43%. A vermelha no patamar 1 fica igual (R$ 3).

Na prática, a conta de luz vai sofrer um adicional de R$ 1,5 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumido.

O aumento vai reunir um volume maior de recursos para aliviar o caixa das distribuidoras, que estão pagando mais caro pela energia por causa da crise hídrica.

A função das bandeiras é compensar gastos adicionais nos momentos de crise de geração de energia: como o reajuste da conta de luz ocorre uma vez por ano, as bandeiras são uma forma de as empresas terem renda extra antecipadamente.

Outro papel da tarifa extra seria sinalizar ao consumidor que é preciso diminuir o consumo –na prática, porém, isso não ocorre, afirma Edvaldo Santana, presidente da Abrace (associação das grandes consumidoras de energia).

As bandeiras são acionadas principalmente quando falta água nos reservatórios das usinas, há redução na geração hídrica e as distribuidoras precisam contratar energia mais cara para compensar.

O valor anterior da bandeira, porém, se mostrou insuficiente para para cobrir os gastos extras das companhias, que previam um rombo de R$ 6 bilhões até o fim de 2017.

Com a mudança, a previsão caiu para R$ 5 bilhões –ou seja, melhorou, mas continua grave, diz o presidente da Abradee (associação das distribuidoras), Nelson Leite.

"Se tivéssemos aplicado [as mudanças] desde o começo do ano, o saldo hoje seria positivo, mas esses valores significariam uma mudança muito agressiva. A ideia é diminuir o problema, mas não vai dar para resolver a liquidez das distribuidoras só com base nesse mecanismo", afirmou Tiago Correia, diretor da Aneel e relator da proposta.

 

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Fonte: Folha de São Paulo.

 

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