O governo decidiu nesta terça-feira aumentar o volume de importação de energia elétrica dos países vizinhos Argentina e Uruguai. O objetivo é preservar a água armazenada nos reservatórios usados para gerar eletricidade no Brasil. A meteorologia prevê chuvas abaixo da média histórica, nos próximos meses, nas bacias hidrográficas que abastecem as barragens das principais hidrelétricas do país.
Apesar da importação, o governo informou que “não há risco de desabastecimento de energia no país”. O Brasil já está importando energia do Uruguai. Em agosto, o país comprou, em média, 253 megawatts (MW) por dia do país vizinho, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Em setembro, a importação chegou a 548 MW em alguns dias. O país não está importando da Argentina, o que vai voltar a ocorrer.
O aumento na importação será feito "na medida que for possível", segundo o Ministério de Minas e Energia. Por isso, não foi informado o montante que será importado, o que vai depender das necessidade verificada pelo ONS. O contrato com o Uruguai prevê a compra de energia no curto prazo. O Brasil importa dependendo dos preços cobrados pelos uruguaios e da necessidade de consumo nacional.
No caso da Argentina, a transação não envolve dinheiro e é feita com um sistema de créditos e débitos de energia. Ou seja, quando o Brasil importa eletricidade, fica um “saldo devedor”, que depois é compensado com o envio de energia para vizinho sul-americano.
A decisão de aumentar a importação evita, por exemplo, que seja necessário acionar mais usinas térmicas, que são mais caras e poluentes. Por isso, ficou decidido não aumentar o uso dessas usinas. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) avalia que a medida pode reduzir as chances de aumento na cobrança extra na conta de luz por meio da bandeira tarifária nos próximos meses.
O acionamento das térmicas é um dos fatores usados para definir a bandeira. Em setembro, está em vigor a bandeira tarifária amarela, que implica na cobrança extra de R$ 2 para cada 100 quilowatts (kWh) hora de energia consumidos. Com a falta de chuvas, porém, existe a chance de que a bandeira volte para vermelha.
A decisão de importar energia é foi tomada para preservar os reservatórios das hidrelétricas. Dados do ONS apontam para o baixo nível dos reservatórios no país. Na região Sul, está em 43%. No Norte, em 42%. No sistema Sudeste/Centro-Oeste, o nível de armazenamento é de 28%.
A situação mais crítica é no Nordeste, onde os reservatórios operam apenas com 10,51% da capacidade. Os casos mais graves são dos reservatórios do Rio São Francisco. A barragem de Sobradinho, maior reservatório artificial do planeta, está com apenas 6,15% da capacidade de armazenamento; e Três Marias, 15,39%.
O governo também decidiu não usar térmicas mais caras e vai procurar usinas mais baratas, que estão atualmente indisponíveis.
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Fonte: Canal Energia.
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