Renováveis devem corresponder a 60% de novas contratações

O Brasil demandará R$ 242 bilhões para adicionar uma capacidade de geração de 64 GW nos próximos dez anos. A projeção faz parte do Plano Decenal de Expansão de Energia 2026 (PDE 2026), que foi colocado em consulta pública pelo MME nesta sexta-feira (7/7). Na expansão indicativa projetada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), as renováveis dominarão: está prevista uma capacidade adicional de 35 GW das fontes eólica, biomassa, solar e PCHs, até 2026. Destes, 23,5 GW ainda devem ser contratados.

 

A expansão prevista considera 25 GW já contratados e que devem entrar em operação no horizonte do estudo e 39 GW de capacidade a ser contratada. As renováveis eólica, biomassa, solar e eólica corresponderão a 60% da nova energia a ser contratada para entrar em operação no período. As térmicas podem garantir 37% dessa nova contratação, a depender do tipo de tecnologia que será incorprada para atendimento à potência. Hidrelétricas são apenas 3% da nova contratação. Veja detalhamento no final da matéria.

 

Contratação de eólica e solar em 2017?

A  capacidade adicional de geração ainda a ser contratada no país deve começar a entrar em operação a partir de 2020: estão previstos 1 GW de energia solar e 1 GW de energia eólica. Neste caso, a EPE pode estar sinalizando uma contratação ainda neste ano, para entrega em três anos, o que atualmente é mais comum no setor e estaria aderente à pressão que os segmentos das fontes vêm exercendo para garantir um leilão no segundo semestre. Contudo, o próprio ministério vem defendendo a realização de leilão para prazos mais curtos, então essa previsão não idica necessariamente contratação em 2017.

 

De qualquer forma, o PDE 2026 leva em consideração diretriz de política energética que determina uma expansão anual 1 GW ano para a fonte solar a partir de 2021. A EPE espera que durante o horizonte estudado os custos de implantação da fonte reduzam em cerca de 30% em relação aos patamares atuais, podendo chegar até a 40%.

 

Nove Pequenas Centrais Hidrelétricas

Entre os projetos hidrelétricos previstos no Plano, nenhum tem mais de 1 GW de capacidade. São Luiz do Tapajós, embora permaneça sendo monitorada pela EPE, não aparece no horizonte do estudo. De acordo com o texto em consulta “a lista apresentada deve ser vista como uma referência para a expansão, e não uma previsão dos empreendimentos que serão contratados nos próximos leilões”. Não à toa, o crescimento na energia armazenável máxima do Sistema Interligado Nacional (SIN) deve ser inferior a 1% entre 2017 e 2026.

 

Atendimento à potência

Com a expansão mais intensa das fontes variáveis de enrgia, aumenta a necessidade de resposta para atendimento à demanda de potência. A partir de 2021, aumenta o PDE prevê a entrada de fontes que prestem este serviço. As alternativas apontadas pela EPE no estudo são as termelétricas de partida rápida, a motorização adicional em UHE, as usinas reversíveis, as baterias e a resposta pelo lado da demanda. A estimativa é que esses projetos representem uma capacidade de 12 GW em 2026.

 

Demanda

O estudo da EPE projeta que a carga do sistema nacional saia de 90 mil MW médios no final de 2016 para aproximadamente 120 mil MW médios em 2026, com uma taza média de crescimento de 3,5% ao ano. Considerando este que é o cenário de referência do PDE, o Custo Marginal de Expansão de geração do sistema previsto no estudo é de R$ 217/MWh.

 

O PDE ressalva, em possível referência ao novo modelo proposto pelo MME, que esse valor não necessariamente deve ser parâmetro para a contratação de novos empreendimentos, já que, atualmente, “a contratação destes novos empreendimentos considera apenas o respectivo benefício energético”. Nas diretrizes propostas, outras variáveis, como a geração horária ou a localidade das usinas, podem influenciar na formação do preço.

 

Expansão da geração por fonte:

Termelétricas fósseis: 18,7 GW, dos quais 2,4 GW de térmicas a gás natural e carvão e 1,4 GW de Angra III (em 2026); e 2,6 GW a contratar e 12,2 GW de “alternativa de ponta” que não necessariamente serão térmicos (leia mais a baixo). 

 

Eólicas: 18,4 GW, dos quais 6,6 GW já contratados e 11,8 GW a contratar.

 

Solar: 9,6 GW, dos quais 2,6 GW já contratados e 7 GW a contratar.

 

Hidrelétricas:  4,5 GW, dos quais 2,1 GW já contratados e 2,4 GW a contratar.

 

Termelétricas a biomassa: 4 GW, dos quais 850 MW já contratados e  3,2 GW a contratar.

 

PCHs: 2,3 GW, dos quais 840 MW contratados e 1,5 GW a contratar.

 

Fonte: Brasil Energia.

 

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