A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) revisou a projeção anual do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD). A nova projeção indica que o PLD médio do Sudeste/Centro-Oeste deverá ficar em R$ 189/MWh, ante uma expectativa de R$ 263/MWh. A queda de 28,14% sinaliza uma tendência de redução de custo da energia no mercado de curto prazo.
O PLD é o indicador de referência para os contratos no mercado livre de energia e é utilizado na liquidação das diferenças do mercado de curto prazo. A divulgação do PLD do Sudeste acontece por ser o submercado de maior relevância para o país. A atualização da projeção do PLD foi divulgada pela CCEE nesta segunda-feira, 3 de julho, durante transmissão do InfoPLD mensal.
No início de junho, a CCEE acreditava que o PLD/SE flutuaria entre R$ 200/MWh e R$ 300/MWh até dezembro. Agora, espera-se que o PLD/SE flutue entre R$ 150/MWh e 200/MWh até outubro, com “ligeira queda nos meses de novembro e dezembro”.
A revisão da expectativa do PLD foi influenciada pelas chuvas que caíram entre a segunda quinzena de maio e a primeira quinzena de junho. Tecnicamente chamada de Energia Natural Afluente, a ENA foi maior do que esperada para o período, o que permitiu a recuperação ou um menor deplecionamento de alguns reservatórios.
A CCEE esperava ENAs de 103% (SE/CO) e 166% (Sul) em junho. Porém, a ENA se realizou em 108% (SE/CO) e 266% (Sul). Nos casos do Nordeste e do Norte, esperava-se ENAs de 42% e 69%, respectivamente, mas o realizado ficou em 34% e 64%. Para julho, são esperadas ENAs de 86% (SE/CO), 80% (Sul), 34% (NE) e 64% (Norte).
Em 1 de julho, os níveis de armazenamento dos reservatórios se encontravam em 42,1% (SE/CO), 92,3% (Sul), 17,7% (Nordeste) e 63,94% (Norte). Segundo Rodrigo Sacchi, gerente de preços da CCEE, o reservatório do Norte deverá iniciar uma trajetória de deplecionamento até o final do ano.
GSF – A melhora no volume de chuvas, a redução do PLD anual do PLD e a carga se mantendo abaixo do previsto contribuíram para reduzir a previsão de custos das hidrelétricas em função da menor produção de energia.
A CCEE estima que as hidrelétricas integrantes do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) gerem, em 2017 o equivalente a 85,7% de suas garantias físicas. O impacto esperado é de R$ 13,1 bilhões neste ano, considerando que todas as hidrelétricas estejam com as garantias físicas 100% contratadas. A distribuição desse montante se dá em R$ 9,3 bilhões para o mercado regulado e R$ 3,8 bilhões para os contratos do mercado livre. Em junho, a CCEE estimava um impacto anual de R$ 20,9 bilhões (ACR: R$ 14,2 bi / ACL: R$ 6,7 bi).
Fonte: Canal Energia.
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