Ao que parece, 2017 se desenha para ser um ano de tão baixa hidrologia, assim como aconteceu em 2014, considerado o pior ano do histórico hidrológico, que tem grandes chances de se tornar um dos piores da série recente, caso as previsões se confirmem, em comparação com os últimos anos – que também não foram tão favoráveis.
A percepção aparece quando se analisa o relatório diário InfomaCCEE, disponibilizado diariamente pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) – neste caso, o relatório desta quinta-feira (16/3), o mais recente.
Considerando o horizonte entre 1996 e 2015, o armazenamento do sistema interligado nacional fechou a última quarta-feira (15/3) com 39,4%, melhor do que o previsto pela CCEE em janeiro deste ano, considerando despacho da geração térmica na ordem de mérito de 36,9%.
Mas não se animem. O melhor ano do histórico foi em 2009 (tendo como critério o nível de armazenamento de novembro, final do período seco). Naquele ano, março registrou 74% de armazenamento.
O mesmo mês no ano passado (2016) totalizou 49,9% de armazenamento. O ano de 2015 não foi o pior do histórico, mas o mês de março foi muito ruim ante a marca atual, com 23,2% de armazenamento médio.
Não se consegue enxergar no documento da CCEE o nível exato em março de 2014 – que pelo critério do ONS é o pior do horizonte – mas ficou na casa dos 37%.
Ou seja, quando se olha o histórico do mês nos últimos anos, pode-se concluir que o quadro já foi pior. Mas novembro é o fim do período seco e aí o cenário não ajuda. A projeção da CCEE indica um armazenamento de 21,7% pouco acima do que viu em 2014, mas abaixo do ocorrido em 2015 e 2016.
Portanto, faz sentido esperar que o despacho térmico aumente. Em 2014 e 2015, a geração térmica foi a pleno e os níveis se mantiveram em queda. Salvo, é claro, se as chuvas vierem fortes a ponto de recuperar assertivamente os reservatórios.
Fonte: Brasil Energia
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