Afluências no Sudeste será de apenas 68% em abril, estima ONS

A chuva que chega aos reservatórios das hidrelétricas do Sudeste representará apenas 68% da média esperada historicamente para o mês de abril, estima o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Caso esse cenário se concretize, essa baixa afluência representará um incremento de apenas 35.983 MW médios, o que significa ter o 85º pior abril da história nos últimos 87 anos. Em março a Energia Natural Afluente (ENA) verificada foi de 68% da Média de Longo Termo (MLT). Os dados são do Programa Mensal de Operação de abril (PMO), divulgado nesta sexta-feira, 31.
O subsistema Sudeste representa 70% da capacidade de armazenamento de energia hidráulica do Sistema Interligado Nacional (SIN). Atualmente esse subsistema está operando com 41,5% de armazenamento máximo. A programação operativa do sistema elétrico prevê o uso mínimo desse reservatório em abril para chegar no dia 30 com 40,5% de energia armazenada. Para isso, ONS precisará usar mais a geração térmica, elevando o custo marginal do sistema. A previsão é que a bandeira tarifária vermelha seja acionada, o que representará um incremento na tarifa de R$ 3,00 por cada 100 kWh consumidos.
No Sul a previsão é de 75% da MLT em abril contra 85% verificado em março. O reservatório do Sul está com 44,03% de armazenamento máximo, com previsão de chegar ao final de abril com 41,7%. Em abril, o Nordeste poderá ter a pior hidrologia dos últimos 87 anos, com afluências representando 22% da MLT. O recorde negativo anterior foi registrado em março, com 24% da MLT verificada. O reservatório do Nordeste está com apenas 21,69% da energia armazenada. A meta do ONS é manter esse patamar até o final do mês.
No Norte é esperado 72% da MLT em abril e foi verificado 84% em março. O reservatório do Norte está operando com 64,01% da capacidade máxima, com expectativa de chegar em 65,2% ao final de abril. Considerando os valores esperados para as afluências no mês, o Custo Marginal de Operação (CMO) nos subsistemas Sul e Sudeste/Centro-Oeste será de R$ 420,28/MWh, em média, e de R$ 425,71/MWh no Nordeste. O Norte continua com CMO nulo por conta do vertimento da hidrelétrica Tucuruí e do limite de intercâmbio que é atingido.
A carga do sistema deverá atingir 67.266 MW médios em abril, o que representa uma redução de 1,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os especialistas explicaram que essa queda na comparação anual se dá porque em abril de 2016 as temperaturas foram muito mais elevadas do que o normal para o período. Em maio, estima-se que a carga cresça 4,1% em relação ao mesmo período de 2016. Em março a carga cresceu 3,2% na comparação anual.
 

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