BNDES raciona crédito e já acumula caixa de R$ 100 bi

Em setembro do ano passado, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tinha em caixa mais de R$ 160 bilhões. Em seguida, no último trimestre do ano, sacou R$ 100 bilhões e os devolveu ao Tesouro Nacional para antecipar pagamento de dívida. O banco estatal ainda não divulgou o balanço encerrado em dezembro nem os dados do primeiro trimestre deste ano, mas o Valor apurou que seu caixa já acumula atualmente mais de R$ 100 bilhões. 

 

Segundo um integrante da equipe do presidente Michel Temer, esse ritmo acelerado de formação de caixa, em plena recessão, é indicador de que faz sentido uma crítica que está se tornando comum entre empresários: o BNDES tem travado as liberações de crédito. "Isso pode acabar prejudicando o processo de recuperação. Ele precisa emprestar mais", disse a fonte. 

 

O presidente da Abiplast, José Ricardo Roriz Coelho, considera que o BNDES é o "ponto fora da curva" na gestão econômica do governo Temer, que, em sua opinião, tem feito um bom trabalho para avançar nas reformas estruturais. "É consensual no empresariado a reclamação sobre o banco. Ele está travado. Está sentado em cima do dinheiro e até devolveu recursos ao Tesouro no ano passado". 

 

Os diretores do BNDES negam o represamento de crédito. Claudio Coutinho Mendes, da área de créditos, ressalta que a demanda por financiamento de investimento está aquém do normal por conta da recessão e porque as empresas estão com elevada capacidade ociosa. Nesse quadro, explica, há pouco procura de crédito para investimentos. 

 

"O BNDES tem dinheiro à vontade para bons projetos. A todos os investidores que vêm aqui eu digo que estamos de portas abertas para ver bons projetos e financiar. A mensagem é essa: para bons projetos não faltará dinheiro aqui no BNDES", disse Mendes. 

 

Segundo o banco, a disponibilidade de caixa cresceu no fim do ano principalmente por conta de um pré­pagamento de R$ 20 bilhões da Petrobras, em dezembro. Em 2016, os desembolsos da instituição caíram 35% em relação a 2015, somando R$ 88,3 bilhões. 

 

Fonte: Valor Econômico

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