Redução de pessoal deverá custar R$ 2,5 bi à Eletrobras

A Eletrobras planeja desembolsar R$ 2,5 bilhões com os planos de demissão voluntária e de incentivo à aposentadoria de seus funcionários previstos para este ano. O objetivo da empresa, com as duas iniciativas, é reduzir em 5 mil empregados a força de trabalho do grupo – um custo médio de R$ 500 mil por funcionário desligado – e gerar uma economia à companhia de R$ 1,7 bilhão anuais. Junto com a previsão de desligamento de 6 mil funcionários relativos às distribuidoras que deverão ser vendidas este ano, a Eletrobras reduzirá o total de seu contingente de 23 mil para 12 mil pessoas.

Os detalhes finais dos planos de desligamento e aposentadoria incentivados ainda precisam passar pela aprovação do Ministério do Planejamento e ainda podem sofrer mudanças. Quando aprovados, eles serão divulgadas inicialmente aos empregados das empresas do grupo.

A redução do número de funcionários está prevista no plano de negócios 2017-2021 da Eletrobras. Lançado no fim do ano passado, o plano enfim coloca em prática os principais pontos propostos em estudo feito pela consultoria alemã Roland Berger, ente 2013 e 2014, a pedido da própria estatal, mas que nunca tinham sido adotados. "Já tínhamos um conjunto de indicações da própria Roland Berger que não haviam sido implementadas. Nós implementamos de imediato na holding", afirmou o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., em entrevista ao Valor.

Com relação ao plano de aposentadoria incentivada, o executivo participará de reunião nesta semana com uma equipe do Ministério do Planejamento para tratar do assunto. A ideia é lançar a iniciativa em fevereiro para concluir o processo até maio.
 

A estimativa da estatal é de uma adesão de 50% dos cerca de 5 mil funcionários que preenchem às condições necessárias para a aposentadoria, seja por idade ou tempo de serviço. O programa terá um custo de R$ 1,5 bilhão e um potencial de economia de R$ 900 milhões anuais.
 

Sobre o plano de incentivo às demissões, o objetivo da companhia é realizar a medida entre o primeiro e o segundo semestre deste ano, com estimativa de redução de 2.500 postos de trabalho. O programa tem custo estimado de R$ 1 bilhão e potencial de economia de R$ 600 milhões anuais.

Com a redução do número de funcionários, a Eletrobras ainda calcula ganhos de R$ 200 milhões anuais com racionalização do espaço de trabalho e corte de redução de custos com gratificações.

A redução do número de funcionários faz parte da reestruturação organizacional da Eletrobras, iniciada ainda no ano passado e que já cortou de 228 para 99 o número de funções gratificadas na holding. A meta da companhia é cortar em 28% os custos operacionais, trazendo essa rubrica para um valor igual ou menor ao indicador regulatório.

A queda dos custos operacionais é um dos três pilares do plano de negócios 2017-2021, que inclui ainda a redução do nível de endividamento, impulsionada pela venda de ativos de R$ 4,6 bilhões prevista para 2017, e a melhora da governança da empresa. Foi de olho nesse tripé que o Ministério de Minas e Energia formou o conselho de administração da estatal, composto por nomes de peso do mercado e que contém especialistas em cada um dos temas do plano.

Na área de governança, a meta é eliminar as "fraquezas" do balanço financeiro, segundo Ferreira Jr. Na prática, o objetivo da companhia é que o resultado de 2017 seja aprovado pela auditora externa, a KPMG, sem ressalvas. Nessa linha, a estatal está implementando um modelo de cinco dimensões de compliance (conformidades).

Sobre os investimentos, a Eletrobras planeja aplicar R$ 8,9 bilhões em 2017, valor R$ 1,4 bilhão menor em relação ao previsto anteriormente. O objetivo da empresa será dar continuidade às obras em andamento pelas suas subsidiárias, com destaque à conclusão das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira (RO), e à implantação em curso das hidrelétricas de Belo Monte (PA), Sinop e São Manuel, ambas em Mato Grosso.

A estatal também pretende concluir neste ano o primeiro linhão que escoará energia de Belo Monte para o Sudeste, do qual Furnas possui fatia de 49%, em parceria com a chinesa State Grid (51%).

Fonte: Valor Econômico

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