O PLD pode ser influenciado por fatores climáticos e de sistema na formação de preços para 2017, estimativa feita no momento em que o período seco entra na reta final. A CCEE fez simulações que consideram mudanças em elementos que influenciam diretamente o cálculo do preço.
O PLD para esta semana teve alta acima de 40% em relação ao período anterior, por causa do baixo volume de chuvas, de modo que a Aneel alterou a sinalização tarifária para bandeira amarela, resultando em cobrança adicional nas tarifas de energia.
Cálculos feitos pela CCEE apontam que o preço de curto prazo pode começar o próximo ano num patamar R$ 70/MWh mais elevado em relação ao projetado até o momento. Isso porque o comportamento considera como fatores ajustes nos dados que dão base ao cálculo do PLD pelos modelos matemáticos Newave/Decomp.
Entre os fatores estão a revisão da carga de energia pela Ande, estatal administradora de energia do Paraguai, o que impacta na importação da energia da fatia de Itaipu gerada pelo país vizinho; a mudança para baixo da vazão do Rio São Francisco, para os próximos dois anos, novos parâmetros de aversão ao risco, nova função de custo de déficit e atualização da carga quadrimestral prevista para janeiro.
No caso da vazão do Rio São Francisco, o governo tenta aprovação da redução da afluência de 800 m³/s para 700 m³/s, valor que pode ser mantido ou cair ainda mais dependendo do quadro de chuvas para o ano que vem.
Outra mudança ocorrida foram ajustes no mecanismo chamado Conditional Value at Risk (CVaR), que embute no cálculo do PLD o custo do despacho termelétrico. O mecanismo é mais conservador ao considerar quadros hidrológicos mais desfavoráveis.
A CCEE também projetou uma possível adoção de função única de custo do déicit. Atualmente, existem quatro patamares de custo de déficit – parâmetro que impacta na formação do Custo Marginal de Operação (CMO), consequentemente, do PLD.
Para custos entre zero e 5%, o custo do déficit é de R$ 1.571,42/MWh; entr 5% e 10%, o valor é de R$ 3.390,08/MWh; entre 10% e 20%, o custo sobe para R$ 7.084,98/MWh, e acima de 20%, o parâmetro passa a valer R$ 8.050,39/MWh.
A projeção feita pela CCEE considera um único patamar, de R$ 4.650/MWh a partir de janeiro. “A expectativa para 2017, já considerando os novos parâmetros, é que o preço atinja a média de R$ 240/MWh nos submercados Sudeste, Sul e Norte. Já para o Nordeste, em razão das baixas afluências, o PLD do próximo ano fica um pouco maior, na faixa de R$ 265/MWh”, afirma o gerente de preço da CCEE, Rodrigo Sacchi, em comunicado.
Fonte: Brasil Energia
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