Artigo: Diversidade e infraestrutura ditam o futuro do setor de energia no Brasil

O crescimento do interesse de investidores e empresários em setores estratégicos no Brasil trazem boas perspectivas para nossa economia em 2017. Alguns indicadores como o IACE, por exemplo, dão conta de que existe uma tendência de melhora na situação econômica brasileira a partir do ano que vem, apesar das turbulências ocorridas durante todo o ano de 2016.

 

Os resultados de setembro deste ano do Indicador Antecedente Composto da Economia representaram alta pelo oitavo mês seguido, mas é claro que o registro de 1,3% de alta no percentual que reúne dados que antecipam tendências econômicas no país não é suficiente para atestarmos uma recuperação. No entanto, esse indicador atrelado a outras ações de mercado servem de base para uma retomada de investimentos em segmentos básicos de infraestrutura e desenvolvimento.

 

Se nos atentarmos ao setor de energia especificamente, a compra de uma fatia da CPFL Energia pela empresa chinesa State Grid mostra que o mercado brasileiro está voltando a atrair a atenção dos investidores internacionais. Concluída este ano por US$ 12,4 bilhões, a aquisição é a maior transação brasileira desde o início de 2016, representando 32,2% do total das operações no país e pouco mais de 20% se considerarmos as regiões das Américas Latina e Central.

 

Segundo números compilados em pesquisa da britânica Mergermarket e divulgados em outubro, a movimentação financeira gerada a partir de fusões e aquisições em geral no Brasil cresceu acima de 72% nos dados acumulados do ano e pouco mais de 81% se forem registrados os valores apenas do terceiro trimestre.

 

A geração de bioeletricidade em suas diversas fontes também traz novos horizontes para o Brasil. Se considerarmos todos os tipos de biomassa no país, a produção atingiu 3 mil GWh no último mês de julho, o que corresponde a 8,1% de todo o consumo brasileiro, segundo dados divulgados pela União da Indústria de Cana-de-açúcar. A Unica aposta em um crescimento ainda maior desse mercado, após o compromisso assumido pelo governo brasileiro de reduzir ainda mais as emissões de gases de efeito estufa, durante a edição deste ano da COP21, em Paris. Até 2030, o Brasil tem como meta aumentar de 10% para 23% a oferta de energia elétrica renovável, produzida a partir das fontes de biomassa, eólica e solar.

 

A diversificação de mercado pode ser uma grande alavanca para a infraestrutura brasileira de geração de energia, abrindo caminhos ainda mais solidificados de negócios no setor como um todo. A implementação de medidas de regulação como incentivo ao fortalecimento do mercado livre de energia também é uma boa saída para o crescimento real do setor. O ideal para o Brasil é explorar a fundo todo o potencial de desenvolvimento nas diversas f rentes, levando em conta os benefícios das fontes renováveis.

 

O Brasil ainda tem muito mercado a ser explorado. Basta criarmos as condições adequadas para novos investimentos, tanto para os produtores locais quanto para os inúmeros investidores estrangeiros interessados. 

 

Eduardo de Abreu Borges é sócio da Cypress Associates, assessoria financeira especializada em operações de Fusão & Aquisição e mercado de capitais

 

Fonte: Brasil Energia

No comment

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *







×