Tarifa do mercado cativo vai cair R$ 24/MWh em 2019, diz PSR

A tarifa do mercado cativo começará a cair a partir de 2019 porque a partir desta data as dívidas do setor, contraídas entre 2013 e 2015, terminarão de ser amortizadas e impactarão menos o valor das tarifas, avalia o diretor técnico da PSR, Bernardo Bezerra. A expectativa da consultoria é que haja uma redução aproximada de R$ 24,00/MWh em 2019. Esse valor corresponde à retirada da tarifa do encargo CDE Energia, usado para pagar a Conta ACR (mercado regulado) e os empréstimos do Tesouro, que totalizaram aproximadamente R$ 47 bilhões.

 

A Conta ACR corresponde aos dois empréstimos sindicalizados contratados junto a um consórcio de bancos, e gerenciado pela CCEE, como forma de solucionar as altas despesas com custo de combustível e exposição involuntária em período de alta do PLD.

 

Na opinião de Bezerra, esse cenário favorece cautela futura para os muitos consumidores em migração para o ACL (mercado livre), que hoje tem um spread favorável de 30% em relação ao mercado regulado. “Mesmo com as vantagens evidentes atuais com o ACL não é bom estar 100% descontratado nos próximos quatro anos”, diz.

 

No curto prazo, as vantagens da migração continuam. Segundo o diretor, a sobra de energia atual de 12,7 GW médios em 2016 (19,7% da demanda), que deve fechar em 20% no ano, e a consequente tendência de queda do PLD, criam o cenário de projeção de tarifa média no mix das distribuidoras em 2017 de R$ 218/MWh, contra preço médio de R$ 160/MWh do ACL.

 

Para Bezerra, porém, entre 2021 e 2024 o país deve entrar em uma fase de equilíbrio de oferta e demanda, depois de um período de baixa contratação de energia em leilões, Aí, a probabilidade é do mercado cativo ficar mais competitivo. Outra expectativa que merece cautela são os novos parâmetros de CVaR (modelos de cálculo do valor condicionado ao risco) para precificação do PLD, em estudo pelo governo, que devem pressionar o valor para cima e entrar em vigor a partir de 2017.

 

O modelo computacional, aliás, que se baseará nos piores cenários hidrológicos e estruturais, teve seus novos custos de déficit e parâmetros divulgados hoje pelo MME, por meio de aprovação do CPAMP (Comissão Permanente para Análise de Metodologias e Programas Computacionais do Setor Elétrico).

 

Fonte: Brasil Energia

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