O preço da energia incentivada subiu nos últimos três meses e, por consequência, reduziu a liquidez desse produto no mercado livre. Segundo Sérgio Lopes, diretor de Gestão de Energia da Deal Comercializadora, houve momentos em que o preço subiu cerca de R$ 50/MWh em comparação com os R$ 160/MWh praticados antes do aumento da migração de novos consumidores especiais. Ele explica que, com a redução de tarifa de algumas distribuidoras do país e com o aumento do custo da energia incentivada causado pela alta demanda, os consumidores precisam avaliar a oportunidade com cuidado para conseguir capturar os benefícios do mercado livre. "É muito importante fazer esse comparativo do cativo versus livre para ver se ainda continua sendo vantajoso. Com o aumento do preço da energia incentivada e a queda na tarifa em algumas distribuidoras, o cliente precisa ver com bastante cuidado essa migração para o ACL", disse Lopes, que acaba de ingressar no quadro societário da Deal.
O "boom" de migrações se iniciou no ano passado. Com o “realismo tarifário”, expressão utilizada pelo governo para justificar o aumento de 50% na tarifa cativa em 2015, muitos consumidores viram no mercado livre uma oportunidade de redução de custos com energia elétrica. Para se ter uma ideia, no primeiro semestre deste ano, 1.151 novas unidades migraram para o ACL, segundo dados divulgados no início de julho pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.
De acordo com a regulação do mercado, o consumidor especial – aquele com demanda entre 500 kW e 3MW – deve adquirir energia somente de fontes primárias incentivadas (usinas eólicas, solares, biomassa ou pequenas centrais hidrelétricas). Hoje, estas empresas representam mais de 40% do total de agentes da CCEE.
Fonte: Canal Energia
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