Estatais elétricas avaliam troca de ativos de transmissão

Com foco na gestão de ativos localizados no Paraná, a estatal paranaense Copel está próxima de concluir uma "troca" de ativos de transmissão com a Eletrosul, subsidiária da Eletrobras, disse ontem Luiz Eduardo da Veiga Sebastiani, diretor de finanças e de relações com investidores da companhia.

 

Os ativos em questão são três conjuntos de linhas de transmissão que foram arrematadas pela Copel e pela Eletrosul em 2011, localizadas nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A ideia da companhia, segundo o executivo, é ficar com a parte das linhas de transmissão no Paraná, sendo que a Eletrosul ficará com os demais ativos, localizados nos outros dois Estados.

 

"A vantagem econômica seria o custo de gestão e manutenção, que cairia de maneira bastante expressiva", disse Sebastiani, que participou de evento promovido pela Apimec. As receitas da companhia não devem ser alteradas por conta disso. "Queremos ficar com uma equivalência de ativos e isso tem sido trabalhado", disse.

 

A Copel tem 51% de participação na sociedade de propósito específico (SPE) Costa Oeste e 80% na SPE Marumbi, que ficam no Paraná. A empresa tem ainda 20% na SPE Transmissão Sul Brasileira, que fica no Rio Grande do Sul.

 

A Receita Anual Permitida (RAP) que a Copel obtém com suas participações nesses ativos soma cerca de R$ 34,5 milhões, e a Eletrosul fica com a maior parte, que chega a cerca de R$ 64 milhões.

 

Sebastiani não explicou como se dará a troca de ativos, mas afirmou que a Copel não pretende ficar com uma receita inferior, uma vez que já foram feitos investimentos significativos nos projetos.

 

O executivo explicou que houve uma conversa recente com a diretoria financeira da Eletrosul. "Deve ser dado um passo bastante importante sobre isso no futuro", afirmou. O processo é "complexo", mas as empresas já estão "quase no ponto final" das discussões, do ponto de vista técnico, disse ele.

 

As conversas com a Eletrosul estão avançadas, mas a Copel não limita os planos de trocas de ativos a esses negócios. Outros investimentos feitos pela companhia também podem ser alvo de troca ou venda, como as SPEs que a paranaense tem em parceria com a espanhola Elecnor e com a chinesa State Grid.

 

A Copel tem 49% de participação nas SPEs Caiuá Transmissora, no Paraná, e Integração Maranhense, no Maranhão, em sociedade com a Elecnor. Com a chinesa State Grid, a parceria, também de 49%, é na SPE Matrinchã, no Centro-Oeste, com 1.005 quilômetros de extensão e a função de escoar a energia gerada no complexo hidrelétrico do Teles Pires.

 

"É uma perspectiva, mas nunca conversamos sobre isso", disse Sebastiani, referindo-se às empresas parceiras. Segundo ele, não é interessante para a companhia ter linhas de transmissão localizadas fora do Paraná. "Colocamos essas questões com a perspectiva de buscar maior eficiência, sinergia, mesmo na gestão das linhas de transmissão da Copel", disse.

 

Fonte: Valor Econômico

No comment

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *