O nível de alavancagem da Copel encerrou o segundo trimestre do ano em uma relação de 2,3 vezes o resultado ebitda (antes de juros, impostos depreciação e amortização) sobre a dívida líquida da empresa. Esse resultado foi influenciado diretamente pelo reconhecimento de dois fatores não recorrentes, os R$ 978 milhões referentes ao montante do RBSE que ainda não foi homologado pela Aneel e R$ 193 milhões de reversão de provisão de Cofins. Considerados esses valores o ebitda da empresa ficaria em R$ 540,8 milhões ante o registrado oficialmente de R$ 1,5 bilhão, o que elevaria o endividamento da estatal a 3,2 vezes, um patamar próximo dos 3,5 de limite de covenants financeiros.
Apesar da proximidade a estatal paranaense se mostrou confiante na reversão os números para um patamar que deverá ficar entre 2,5 e 3 vezes o ebitda ante a divida líquida. Um dos motivos é a perspectiva de geração de caixa que a empresa apresentará com a operação da linha de transmissão que ligará as usinas de Teles Pires e de São Manoel que entrou em operação recentemente e com a SPE Guaraciaba, na mesma região. Além disso, figura também a definição do 4º ciclo de revisão tarifária da distribuidora que aumentará o resultado da concessionária paranaense.
De acordo com o superintendente de Relações com Investidores da Copel, Artur Felipe Pessuti, esse nível de endividamento da empresa esta dentro do previsto pela empresa. “Não há meta especifica para a alavancagem, mas entre 2,5 e 3 vezes é o nível aceitável”, afirmou.
Ele lembrou durante sua apresentação a analistas e investidores que olhando para o histórico recente, ao final de 2015 esse indicador era de 2,7 vezes e chegou a alcançar 3,3 vezes ao final de março desse ano. Agora, recuou em função da finalização ou a proximidade de completar os investimentos e estes passarão a gerar caixa para a companhia. Mas reconheceu que atrasos nas obras atrapalharam a equação financeira porque a empresa passou a pagar despesas financeiras sem que esses projetos, principalmente de transmissão, gerassem fluxo de caixa.
Outro ponto destacado foram os investimentos da empresa na distribuidora no período de 2012 a 2015 e que passaram a ser reconhecidos a partir de julho com a revisão tarifária da empresa. “Fizemos grandes investimento e o retorno começará a fluir no início do segundo semestre, estou sendo remunerado agora pelos investimentos que foram feitos nesse período”, comentou Pessuti.
Especificamente para a distribuidora, o executivo disse que o resultado da revisão no 4º ciclo deverá dobrar o resultado da concessionária. E aponta que a previsão de ebitda é de um patamar entre R$ 650 milhões a R$ 700 milhões em 12 meses a partir de julho de 2016. No primeiro semestre esse indicador da Copel-D ficou negativo em R$ 197,7 milhões. Ele aponta que a empresa vem buscando redução de custos, implementou mudanças no programa de demissão voluntária com aumento do benefício financeiro para atrair mais pessoas para o programa, entre outras medidas para elevar o resultado e ainda atender as metas financeiras para a renovação da concessão junto à Aneel.
Diferentemente de outras empresas, disse Pessuti, a Copel não deverá entrar em um ciclo de venda de ativos como outras empresas do setor para reduzir o endividamento. “Nosso próprio fluxo de caixa reduzirá a alavancagem não é necessária a venda para alcançarmos a redução”, finalizou ele.
Fonte: Canal Energia
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