O Ministério de Minas e Energia prevê a realização de três leilões de energia até o fim do ano. Conforme antecipado pelo Valor esta semana, serão realizados dois leilões de energia de reserva, sendo um em 23 de setembro, que contratará projetos de pequenas e micro hidrelétricas, e outro em 16 de dezembro, voltado para empreendimentos de fonte eólica e solar.
O ministério também determinou ontem, por meio de portaria publicada no "Diário Oficial da União", a realização de um leilão convencional de energia, do tipo "A-3" – que negocia contratos com início de fornecimento em três anos (2019) – neste semestre. O leilão, porém, está condicionado à declaração de necessidade de contratação das distribuidoras de energia, que terão até 12 de agosto para informarem a sua demanda. O leilão pode não ocorrer, se não houver demanda.
A Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) mantém a expectativa de contratação de 2 gigawatts (GW) de energia eólica no segundo leilão de energia de reserva. "Apresentamos ao governo a importância disso [de contratação de 2 GW, ainda mais levando em conta que no ano passado só foi contratado 1 GW", afirmou a presidente da Abeeólica, Elbia Gannoum. Segundo ela, a cadeia de fornecedores do setor eólico necessita dessa contratação para não ser comprometida.
Em relação ao financiamento, ainda não houve uma definição das condições para os novos projetos de geração pelo BNDES. Segundo a executiva, "tudo indica que vão se dedicar bem à infraestrutura necessária no país".
O presidente da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel), que representa investidores em pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), Márcio Severi, também elogiou a decisão do MME de manter dois leilões de reserva. "A confirmação dos dois leilões ainda este ano foi um alento para nós. É importante manter a separação das fontes".
Apesar de cerca de 800 MW de PCHs cadastrados para o leilão, o executivo estima que será contratado pouco menos da metade desse volume, para garantir a competitividade do certame. Embora seja um volume pequeno, ele será suficiente para garantir a sobrevivência da cadeia de fornecedores, destacou Severi.
Fonte: Valor Econômico
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