Na tentativa de evitar novos desastres ambientais em Minas Gerais decorrentes dos rejeitos vindos do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, na região Central, e que ainda não tiveram o manejo adequado, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) fez um apelo ao presidente interino, Michel Temer. O órgão apresentou nessa terça-feira (19), em reunião no Palácio do Planalto, que contou também com vários ministros, seu último relatório – divulgado no dia 16 – sobre diversos problemas constatados em 102 km atingidos pelo desastre, que também matou 19 pessoas. A intenção é que os diversos poderes tomem uma atitude sobre a situação.
Entre as áreas consideradas mais preocupantes está a hidrelétrica Risoleta Neves, em Santa Cruz do Escalvado, na Zona da Mata. A usina de Candonga, como é mais conhecida, sofre, segundo o Ibama, uma pressão de cerca 10,8 milhões de m³ de rejeitos e que ainda não foram retirados do local pela Samarco.
Se nada for feito, o temor do órgão é que essa e outras áreas possam se desestabilizar caso ocorram chuvas intensas ao fim de 2016. Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad), “a estrutura está sofrendo pressões pelo acúmulo de rejeitos, gerando risco potencial para estabilidade da barragem”.
Na reunião no Planalto, estavam presentes representantes de pastas como Meio Ambiente, Integração Nacional, Minas e Energia e Casa Civil. Procurada, a assessoria de imprensa da Casa Civil, responsável por repassar informações sobre o andamento da reunião, não esclareceu se o governo tomará alguma atitude após a apresentação do relatório do Ibama.
Usina. Segundo o documento do Ibama, “o estado atual do lago da UHE Risoleta Neves (Candonga) é de completo assoreamento pelos rejeitos de mineração decorrentes do acidente”. No documento, o órgão afirmou, ainda, a falta de ação por parte da Samarco para solucionar os problemas apresentados.
Procurada, a mineradora afirmou que, desde o dia 4 de julho, tem intensificado a dragagem na usina e que o processo ocorrerá até junho de 2017. A mineradora também informou que apresentará, ainda em julho, estudos que vão subsidiar o manejo de rejeitos das áreas afetadas.
Ação
Solicitação. Sobre Candonga, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente afirmou que aguarda receber documentos para verificar se as medidas adotadas pela Samarco na área estão adequadas.
Fonte: O Tempo
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