Energia limpa sente menos a crise econômica e atrai investidores

Liderado pelos países emergentes, o setor de energia limpa recebeu mais do que o dobro de investimentos do que a geração tradicional no ano passado, de acordo com as Nações Unidas.

 

Relatório de março da agência ambiental da ONU, a Unep (Programa das Nações Unidas para o Ambiente, na sigla em inglês), mostra ainda que esse segmento acrescentou mais capacidade de geração no mundo no ano passado do que a tradicional (carvão, gás natural etc.).

 

Além dos estímulos públicos e de compromissos ambientais internacionais, o fator que está gerando esse grande crescimento é a redução no custo de implantação, via ganho de escala e inovações tecnológicas.

 

Segundo a Agência Internacional de Energia Renovável, desde 2009 já houve forte queda no custo dos painéis solares (cerca de 80%) e das turbinas eólicas (até 40%).

 

Estudo divulgado pela entidade mostra que os preços da eletricidade nessas modalidades pode ter até 2025 uma redução de até 59%.

 

O Brasil vem seguindo essa trajetória de crescimento e também se beneficia das condições naturais favoráveis. "Além de a tecnologia estar contribuindo, o Brasil possui o melhor vento do mundo para geração de energia eólica", diz Elbia Gannoum, da Abeeolica (associação do setor).

 

Mas a dirigente defende que hoje o Brasil deve esperar "mudanças incrementais". "Reduzir os custos em torno de 50% já aconteceu. A energia eólica no Brasil é a segunda fonte de energia mais barata, só perde para as grandes hidrelétricas."

 

 

O setor de energia renovável foi menos afetado pela crise econômica do que outros, segundo especialistas. Algumas áreas, como as de geração de energia eólica e solar, continuam mostrando dinamismo e projetam grande crescimento.

 

Com a expectativa de retomada do crescimento, elas devem ser favorecidas e já atraem investidores, pelo custo relativamente baixo e facilidade de implantação.

 

A liderança no país ainda é da energia hídrica (66,7% da geração), seguida por combustíveis fósseis (17,5%), biomassa (8,8%) e nuclear (1,3%), segundo a Aneel.

 

A eólica é a segunda fonte mais barata (só é superada pela hídrica) e representa 5,81% da matriz. Em 2015 e 2016, R$ 50 bilhões estão sendo investidos só em parques eólicos, segundo a associação que representa o setor. Já a energia solar (0,02% da matriz) é considerada a grande fronteira de crescimento e o governo espera R$ 100 bilhões de investimentos até 2030.

 

O Brasil é o sétimo país do mundo que mais investe em energia limpa e o sexto mais atrativo. 

 

Fonte: Folha de SP

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