O mercado brasileiro para sistemas de armazenamento de energia (SAE) está estimado em 95 GW, volume suficiente para atender a carga do país durante uma hora. Esse é o resultado de um levantamento feito pela Associação Brasileira de Armazenamento e Qualidade de Energia (Abaque) e que acaba de ser divulgado. O objetivo do estudo foi apresentar uma visão geral do potencial de negócios em armazenamento de energia no Brasil. Além de mapear o mercado em seus diversos segmentos, o estudo também apresenta as várias tecnologias de armazenamento atualmente disponíveis no mercado global – com os respectivos estágios de maturidade – e as possibilidades de sua aplicação.
Segundo Carlos Augusto Leite Brandão, presidente da Abaque e um dos autores do estudo, ainda não é possível precificar o volume de investimentos necessários para desenvolvimento desses 95 GW. "O que poderia dizer é que hoje os custos de bateria em todo o mercado internacional são competitivos com os custos da geração convencional."
Ele também explicou que o levantamento apenas identificou o potencial de negócios a nível do uso da tecnologia pelo consumidor final, como na utilização de baterias em substituição a geradores a diesel, suporte para geração distribuidora ou para evitar o consumo da rede no horário de ponta. Dessa forma, o estudo se torna conservador, pois não considerou o potencial de mercado para o uso da tecnologia para manter a qualidade da rede, como controle de frequência ou de tensão da rede (serviços ancilares).
Sistemas de armazenamento, em resumo, convertem energia elétrica em outra forma de energia armazenável, durante o processo de carga (química, mecânica, térmica etc.), e a transformam novamente em energia elétrica durante o processo de descarga. Têm, portanto, diversas aplicações em toda a cadeia de valor da energia elétrica – da geração ao consumidor final.
Por este motivo, a aplicação dos SAEs é crescente em todo o mundo. Segundo dados compilados pela Abaque, de agosto de 2015, o total instalado era de 185,3 GW. Em março deste ano chegava a 187,3 GW. No Brasil, apenas em 2015 o tema entrou na agenda do setor elétrico. Ainda segundo Brandão, com o avanço da geração distribuída e das fontes variáveis, como solar e eólica, cada vez mais serão necessários sistemas de armazenamento de energia. "Essa penetração do armazenamento veio para ficar… O consumidor vai usar tecnologias mais aprimoradas para ter custo e qualidade."
Fonte: Canal Energia
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