A indústria do aço aplicou R$ 2,5 bilhões em sistemas de controle, programas de educação ambiental e medidas de eficiência energética e proteção ao meio ambiente em 2014-2015, de acordo com o Relatório de Sustentabilidade que o Instituto Aço Brasil está lançando durante o Congresso do Aço, que ocorre hoje e amanhã, em São Paulo.
A busca por uma maior ecoeficiência levou as dez grandes fabricantes de aço que integram a entidade a estabelecer como meta o menor uso possível de matérias-primas não renováveis e a redução da geração dos resíduos e gases de efeito-estufa.
Os números traduzem esse esforço. Lembrando que o aço é 100% reciclável, Cristina Yuan, diretora de assuntos institucionais do Instituto Aço Brasil, informa que "atualmente, cerca de 30% do que se produz é obtido essencialmente a partir da reciclagem de produtos como automóveis, geladeiras e arames".
No empenho para maximizar a reutilização da sucata em toda a cadeia produtiva, a indústria do aço desenvolve programas setoriais, para aproveitamento, por exemplo, de automóveis em pátios legais ou da frota de caminhões com idade avançada. No ano passado, 9,3 milhões de toneladas de sucata foram recicladas.
Embora a matriz energética da indústria do aço tenha se alterado pouco nos últimos anos – o carvão mineral/coque continua a ser a principal fonte de energia (74%), seguido por derivados de petróleo (14%), carvão vegetal (7%) e energia elétrica (5%), segundo dados de 2013 -, houve mudanças no cenário que envolve o consumo de energia elétrica. "O setor investe cada vez mais em geração própria de energia, seja por meio do reaproveitamento dos gases gerados no processo de produção em centrais termelétricas, ou de usinas hidrelétricas próprias", diz Cristina. Em 2014, 54% do consumo de energia elétrica das usinas foi suprido por meio da autogeração – sendo 44% termelétrica e 10% hidrelétrica -, em comparação a 48% em 2013. Com isso, explica Cristina, "o aproveitamento dos gases gerados no processo de produção em centrais termelétricas resulta não só em menor uso proporcional de energia externa, mas representam uma medida importante para a diminuição das emissões setoriais".
Os recursos hídricos, usados em grande quantidade em todas as etapas do processo industrial, são alvo de iniciativas diversas, entre elas o reúso. Em 2013, a o índice de recirculação da água chegou a 96%, sendo que 4,7 bilhões de metros cúbicos circularam ao longo do ano, nas produtoras de aço. Segundo Cristina, as empresas do setor mantiveram essa mesma taxa média no último biênio, "o que significa que elas captam em corpos d'água apenas 4% do volume total de água usada, ficando entre as melhores em nível global, já que o percentual mundial de recirculação é de 90%".
Fonte: Valor Econômico
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