O furto de energia aumentou devido à crise econômica, afirmam executivos de distribuidoras elétricas.
A Aneel (agência que regulamenta o setor) mede as perdas da indústria e as divide entre técnicas e não técnicas -é nessa última que estão os roubos, junto aos erros de medição, de faturamento e outros desvios.
No ano passado, a média do índice de perdas totais foi de 10,89%. Nos 12 meses que terminaram em 17 de maio, era 13,02%, diz a agência.
O principal fator por trás das variações são as perdas não técnicas, segundo executivos de distribuidoras. As outras são mais constantes.
Em 2015, os indicadores ainda melhoraram -o impacto da crise econômica na alta da quantidade de crimes demora a ser notado, segundo Claudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil.
"Dava para antever o fenômeno [da alta de ligações clandestinas], mas não para prever o nível, até porque é preciso ver como as empresas e o poder público vão reagir."
A tendência é que isso cresça a velocidades mais altas.
"É como uma epidemia, o furto começa a ser disseminado e cresce a oferta de agentes especializados em ligações clandestinas."
Um diretor de uma concessionária do Rio, onde os índices são historicamente altos, diz que à crise econômica soma-se um recrudescimento da violência em áreas urbanas, o que dificulta a fiscalização e punição ao delito.
A expectativa é de piora nos próximos meses.
As distribuidoras desse Estado enfrentam índices maiores do que 12% só de perdas não técnicas. Na Eletropaulo, que atende a região metropolitana de São Paulo, esse número foi 3,5% em 2015, segundo a Aneel.
Fonte: Folha de SP
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