Em dois dias numa mesma semana de junho, dois negócios foram anunciados no setor de energia — um deles nem tão esperado assim: a venda da rede de combustíveis da Ale para a Ipiranga, por R$ 2,2 bilhões, e a da AES Sul para a CPFL Energia por R$ 1,7 bilhão. Os negócios podem sinalizar que o saldão de ativos do setor elétrico pode começar a diminuir, diante de notícias recentes, movimentando escritórios de advocacia e especialistas em fusões e aquisições, retomando uma atividade que vinha paralisada há tempos, diante das questões políticas e econômicas que praticamente travaram o país.
A CEB iniciou tratativas para contratação de assessoria visando à venda de ativos de geração e a distribuidora de gás natural do Distrito Federal. Por outro lado, Odebrecht sinalizou que vai se desfazer da sua fatia de Santo Antônio, entre outros ativos. A dúvida continua sendo saber se haverá investidor para tanta oportunidade em aberto.
O feirão do setor de energia engloba distribuidoras de eletricidade e gás, usinas hidrelétricas e térmicas, além de participações em empresas, colocadas à venda pelos mais variados motivos: mudança de estratégia empresarial, dificuldades financeiras, endividamento elevado, entre outros pontos. Veja abaixo a lista atualizada dos negócios mais prováveis e, quando possível, a estimativa de valor, baseada em informações já conhecidas sobre intenções de negócios.
PCHs da Neoenergia
A empresa que tem como sócios a espanhola Iberdrola e fundos de pensão nacionais anunciou que pretende se desfazer de PCHs que totalizam carca de 130 MW de capacidade instalada. Parte desses recursos pode ser destinada para projetos de distribuição e geração. A companhia possui três distribuidoras no Nordeste e diversos projetos de geração, hidrelétrica e térmica, que somam 1.625 MW de potência instalada em operação.
Valor do negócio: Segundo a empresa, o objetivo é levantar entre R$ 400 milhões e R$ 600 milhões com a venda das usinas.
Ativos da Duke Energy
Em fevereiro, a Duke Energy informou nos Estados Unidos que pretende se desfazer de todos os ativos da empresa na América Latina, inclusive no Brasil, país com metade dos 4.400 MW de capacidade instalada na região. A companhia possui oito hidrelétricas e uma PCH. Os ativos, grande parte resultantes do processo de privatização parcial da Cesp na década de 90. Para quem não se lembra, o braço de geração da Cesp foi dividido em três partes – Geração Tietê e Geração Paranapanema, cujas fatias foram adquiridas por AES e Duke Energy, respectivamente.
Com a decisão de focar no mercado norte-americano, a Duke Energy eleva a oferta de usinas à venda, num momento em que os reservatórios das hidrelétricas entraram em recuperação a partir do início do ano e com um acordo para o déficit hídrico fechado pelo governo.
Valor de mercado: não existe um valor definido. Aqui no Brasil, a Duke Energy ressaltou há alguns meses que o processo deve durar alguns meses e que "nenhuma oferta foi feita ou solicitada e não há qualquer cronograma específico para uma potencial transação". Tractebel e AES Tietê manifestaram interesse nos ativos. Informações da imprensa internacional, repercutidas no Brasil, indicam que a americana contratou os bancos J.P. Morgan e Credit Suisse para assessorá-la no processo.
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Fonte: Brasil Energia
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