O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que reúne as principais autoridades do setor no país, deverá fazer amanhã seu primeiro encontro sob a gestão do governo do presidente interino Michel Temer e do novo ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho. A expectativa é que, na reunião, seja confirmada a mudança do modelo de acionamento de termelétricas já para junho.
Há alguns meses, os integrantes do comitê vinham avaliando a possibilidade de retomar o modelo de despacho termelétrico por "ordem de mérito". Na prática, esse modelo prevê que sejam acionadas apenas as térmicas cujo custo variável unitário (CVU) seja inferior ao custo marginal de operação do sistema (CMO).
Até maio, o acionamento das térmicas tem seguido o modelo de despacho por garantia energética. Nesse modelo, o CMSE estipula um teto de CVU em que todas as térmicas cujo custo seja inferior a esse patamar devem ser ligadas. Hoje esse patamar é de R$ 150 por megawatt-hora (MWh). O valor, por exemplo é superior, ao CMO atual do submercado Sudeste/Centro-Oeste, de R$ 40,07/MWh.
acordo com o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata, a mudança no modelo deve reduzir a geração térmica, de 7.500 megawatts (MW) médios para 3.500 MW médios, em junho. Isso deve provocar uma redução de custo da ordem de R$ 200 milhões ao mês para o sistema brasileiro.
O órgão prevê que o consumo de energia no sistema nacional em junho alcance 63.241 megawatts (MW) médios. O volume corresponde a um aumento de 0,7% em relação a igual período de 2015.
De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o consumo de energia no país em abril alcançou 40.076 gigawatts-hora (GWh), com alta de 1,4% ante igual período do ano passado. Trata-se do primeiro avanço do consumo desde fevereiro de 2015. Segundo a estatal de estudos energéticos, porém, a variação foi motivada sobretudo pela ocorrência de temperaturas mais elevadas no mês passado, em comparação com abril de 2015.
A temperatura mais elevada refletiu no crescimento do consumo dos segmentos residencial (7,5%) e comercial (1,5%) – a primeira alta do setor comercial em 2016.
Já o consumo da classe industrial recuou 4,8% em abril. No acumulado do ano, o declínio atingiu 6,8%, enquanto no acumulado de 12 meses, a queda foi de 6,2%.
Fonte: Valor Econômico
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