Apesar da redução dos preços de energia nas primeiras semanas de junho, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica prevê um PLD mais elevado para os meses de julho e agosto nos submercados Sul, Sudeste e Norte, podendo girar na casa de R$ 120 por MWh nesses meses no Sudeste. No entanto, o preço deverá voltar a recuar em setembro, podendo retornar ao patamar mínimo (R$ 30/MWh) a partir de dezembro, disse Rodrigo Sacchi, gerente de Preços da CCEE, nesta segunda-feira, 30 de maio.
Em maio o PLD médio ficou em R$ 75,93/MWh (SE/CO), R$ 74,91/MWh (Sul), R$ 106,07 (Nordeste) e R$ 88,98/MWh (Norte). “A expectativa é que o PLD de julho e agosto fique mais elevado nos submercados Sudeste, Sul e Norte, voltando a cair apenas no último trimestre do ano, aproximando-se do valor mínimo (R$ 30/MWh) em dezembro”, analisa o executivo. O PLD do Nordeste segue acima dos R$ 100/MWh nos próximos meses, podendo ser ligeiramente reduzido ao final do ano. No entanto, segundo projeção para os próximos 14 meses, há a expectativa de aumento significativo para o preço do Nordeste em março e abril do próximo ano.
As projeções da CCEE vinham mostrando que o PLD deveria reduzir, principalmente no Norte e no Nordeste. Contudo, uma mudança na operação de UHE Tucuruí fez a Câmara rever suas premissas. Tradicionalmente, a UHE Tucuruí, que fica no Norte do país, enche todo seu reservatório no período úmido, chegando a verter em todos os anos. Neste ano esse fenômeno não aconteceu, o que obrigou o ONS a definir uma curva de deplecionamento mais conservadora para manter o nível de armazenamento da usina mais elevado, o que acaba influenciando o comportamento do preço do PLD nos próximos meses. Em função dessa nova política de operação de Tucuruí, o Norte passará a ser importador de energia em alguns momentos, alterando o limite de recebimento do Nordeste.
A boa notícia é que nas últimas duas semanas de maio houve afluências mais elevadas que o esperado nas regiões Sudeste e Sul, o que contribui para manutenção dos níveis dos reservatórios dessas regiões. O reservatório do Sul fechou com 92,9% de armazenamento, o Sudeste terminou o mês com 56,8%, o Norte com 62,4% da energia armazenada e Nordeste com 30,4%.
Em maio, a Energia Natural Afluente atingiu 87% da Média de Longo Termo no Sudeste, enquanto o Sul atingiu 128% da MLT. No Nordeste, as afluências ficaram em 24% da MLT e o Norte com 39% da MLT. Para junho, a previsão é de 89% da MLT no SE/CO, 113% no Sul, 44% no Nordeste e 51% no Norte.
Na análise da carga de energia prevista para todo o Sistema Interligado Nacional – SIN, foi notado um aumento de 3,4% para maio e de 2,8% para junho, na comparação dos índices previstos ainda no começo do ano. Segundo Sacchi, esse aumento na carga esperada no período é um reflexo do aumento do consumo no Ambiente de Contratação Livre.
Já o fator de ajuste do MRE para maio deve ficar em torno de 90%, com expectativa de chegar a 92,7% em junho. Considerando a repactuação do risco hidrológico, que considera a sazonalização “flat”, maio registraria 87,7%, enquanto junho alcançaria 90,9%, fechando 2016 em 88,2% em ambos os cenários.
Os Encargos de Serviços do Sistema – ESS para maio devem totalizar R$ 208 milhões. “Em junho, a expectativa é que esse montante se reduza para R$ 111 milhões, muito em função do aumento do PLD e do CMO nas regiões Norte e Nordeste. Para 2016, o ESS consolidado deve ser de R$ 3 bilhões, valor significativamente menor ao do ano passado (R$ 5,6bi), muito em função da redução do despacho térmico por segurança energética”, completa Sacchi, durante apresentação do InfoPLD.
Fonte: Canal Energia
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