O Brasil é o segundo maior empregador no setor de energias renováveis do mundo, de acordo com relatório divulgado nesta quarta-feira (25/5) pela Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena). No ano passado, o país tinha 918 mil postos de trabalho, ficando atrás apenas da China, que empregava 3,518 bilhões de pessoas neste setor em 2015. Ao todo, foram 8,1 milhões de empregos ligados às energias renováveis em 2015, uma alta de 5% em relação a 2014. A contagem da Irena desconsidera empregos relacionados à grandes hidrelétricas que, em uma estimativa conservadora, representariam um adicional de 1,3 milhão de postos de trabalho no mundo.
O número total de postos de trabalho em energias renováveis em todo o mundo aumentou em 2015, enquanto os empregos no setor energético em geral caíram, de acordo com o relatório. Como nos anos anteriores, políticas públicas favoráveis continuam a ser um motor essencial do emprego. Leilões nacionais e estaduais na Índia e no Brasil, créditos fiscais nos Estados Unidos e políticas favoráveis na Ásia têm contribuído para o aumento do emprego nesse setor.
Brasil
A maior parte dos empregos em renováveis no Brasil está concentrada no setor de biocombustíveis, com 821 mil postos de trabalho em 2015. Mesmo com uma queda de 3% no número de empregos, em comparação com 2014, o Brasil é de longe o maior empregador no setor de biocombustíveis, seguido pelos EUA, que tinham 277 mil postos em 2015. No ano passado foram perdidos 46 mil empregos na indústria brasileira de etanol – queda compensada parcialmente pelos postos gerados na indústria de biodiesel, que somaram 162,6 mil.
Já o setor eólico no Brasil empregou 41 mil pessoas no ano passado, mesma quantidade do setor de aquecimento solar. A indústria dos ventos ensejou aumento de 14% no número de postos de trabalho, principalmente no segmento de instalação, mas também no de manufatura, com a abertura de novas fábricas em todos os estágios da cadeia produtiva. O setor de aquecimento solar, por outro lado, protagonizou queda 3% no número de empregos, afetado por atrasos na implementação de obras do Minha Casa, Minha Vida.
Em seguida, as PCHs motivaram 12 mil empregos no ano passado. Já a nascente indústria fotovoltaica brasileira gerou 4 mil empregos no ano passado, com uma produção ainda pequena de equipamentos e instalações de geração distribuída ainda crescendo timidamente. A expectativa da Irena, entretanto, é que ocorra um grande crescimento deste número nos próximos anos.
China domina
Em praticamente todos os segmentos de energias renováveis, a China é responsável pelo maior número de empregos. As exceções são o já citado segmento de biocombustíveis; o geotérmico, que é liderado pelos EUA e França; e a heliotérmica (energia solar concentrada). Dos 3,523 milhões de postos de trabalho no gigante asiático em 2015, a maior parte foi gerada no setor fotovoltaico, que empregou 1,652 milhão de trabalhadores.
Após a China e o Brasil, os países com o maior número de empregos em renováveis no ano passado foram os EUA, com 769 mil postos, principalmente em biocombustíveis e fotovoltaica (194 mil); a Índia, com 416 mil, concentrados principalmente na fotovoltaica (103 mil); o Japão, onde 377 mil postos, do total de 388 mil, foram gerados também na indústria fotovoltaica; Alemanha, que tinha 355 mil postos no setor, dos quais 149 mil na indústria eólica; França, com 170 mil, com destaque para biomassa, que empregou 48 mil pessoas; e Bangladesh, onde 127 mil empregos, do total de 141 mil, foram criados na indústria fotovoltaica.
Como é possível notar, entre os segmentos renováveis, o fotovoltaico é o que mais emprega. Em 2015, a indústria fotovoltaica respondeu por 2,772 bilhões de empregos ao redor do mundo. Já os biocombustíveis empregaram 1,678 milhão de pessoas no ano passado, enquanto a indústria eólica gerou 1,081 milhão de postos de trabalho. Seguem os segmentos de aquecimento solar (939 mil), biomassa (822 mil), biogás (382 mil), PCHs (204 mil), geotérmica (160 mil) e CSP (14 mil).
Fonte: Brasil Energia
No comment