Crescem os estímulos à produção de energia limpa

Não há dúvida de que a COP­21, a conferência do clima realizada em Paris em dezembro do ano passado, representou um passo importante para conter o aquecimento global. Além de denunciar de forma cabal os efeitos nocivos dos combustíveis fósseis na emissão de gases que contribuem para o aquecimento global, o compromisso assinado por representantes de 195 países de redução de emissões evidenciou iniciativas adotadas para viabilizar em termos práticos e econômicos a produção em grande escala de energia limpa.

 

O relatório da ONU “Tendências globais em investimento em energia renovável 2016”, divulgado recentemente, mostra que, apesar da queda vertiginosa dos preços de petróleo, carvão e gás natural (o que limita sua substituição), houve um recorde de investimentos na produção de energia renovável no ano passado. Estes cresceram 5%, para US$ 285,9 bilhões, excluindo os projetos de usinas hidrelétricas, que foram estimados em US$ 45 bilhões. O investimento global em novas unidades de produção de energia de fontes fósseis (carvão e gás) somou US$ 130 bilhões no mesmo período.

 

O volume de energia de fontes eólicas e solar alcançou 118GW, ante 94GW em 2014. As fontes renováveis representaram 53,6% do acréscimo da capacidade de produção de gigawatts de energia, entre todas as tecnologias instaladas, liderando o ranking pela primeira vez

 

Porém, o peso da capacidade de geração de energia convencional já instalada ainda predomina. As fontes renováveis representaram apenas 10% da produção de energia elétrica no ano passado. E mesmo este pequeno percentual já foi suficiente para evitar a emissão de 1,5 gigatone de CO2 na atmosfera em 2015. O presidente do novo banco de desenvolvimento do Brics, Paulo Nogueira Batista Júnior, anunciou anteontem que a instituição criou uma linha de crédito de US$ 300 milhões para projetos de energia renovável no Brasil.

 

Como informou O GLOBO, o país produz hoje 9GW de energia eólica, dez vezes mais que em 2010 e o equivalente a uma usina hidrelétrica de Belo Monte. Para 2019 prevê­se uma produção de 18,7GW. Em relatório, o Greenpeace afirmou, por sua vez, que o Brasil tem condições de produzir a mesma quantidade de energia de fontes limpas que a média estimada para a usina de São Luiz do Tapajós. Ainda é preciso superar entraves, como o alto custo e as limitações geográficas e climáticas de fontes como a eólica e a solar.

 

Mesmo assim, é positivo que, em meio ao esforço para conter o aquecimento global conforme o compromisso assumido na COP­21 (evitar que o aumento da temperatura média no planeta não ultrapasse 2 graus Celsius), se multipliquem as iniciativas para viabilizar a produção de energia por meio de fontes limpas, inclusive biomassa e nuclear. O Brasil, país de dimensões continentais, com vários ecossistemas pode ser um dos protagonistas neste processo.

 

Fonte: O Globo

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